Fiocruz detecta novas mutações em variantes do coronavírus no Brasil

Artigo alerta para alterações na proteína Spike, que pode tornar o vírus mais resistente

Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

As novas variantes do vírus Sars-CoV-2, que causa a covid-19, passam por novas mutações no Brasil. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou nesta terça-feira (23) que cientistas do grupo Rede Genômica Fiocruz identificaram casos com alterações na estrutura da proteína Spike (S) do coronavírus.

Segundo os pesquisadores, a transmissão contínua do vírus permite o desenvolvimento de novas linhagens, que podem ser mais resistentes aos imunizantes desenvolvidos para as variantes atuais. A alteração na proteína Spike é preocupante porque é um dos pontos onde nossos anticorpos reconhecem e neutralizam o vírus, lembrou a Fiocruz.

“Identificamos que linhagens SARS-CoV-2 circulando no Brasil com mutações preocupantes no RBD [domínio de ligação ao receptor] adquiriram, de forma independente, deleções convergentes e inserções no NTD [domínio do terminal amino] da proteína S. Esses achados apoiam que a contínua transmissão generalizada do SARS-CoV-2 no Brasil está gerando novas linhagens virais que podem ser mais resistentes à neutralização do que as variantes parentais preocupantes”, diz o estudo.

Foram identificadas mutações em 11 sequências de amostras encontradas no Amazonas, Bahia, Maranhão, Paraná e Rondônia. Apesar de disseminada em diferentes estados, a frequência dessas sequências ainda é baixa.

“Ainda precisamos dimensionar o impacto deste achado e, sem dúvidas, ampliar cada vez mais o monitoramento genômico”, afirmou a virologista Paola Cristina Resende, no informe da Fiocruz sobre o estudo.

No mundo, existem cerca de 840 mil genomas cadastrados. Mais de 4.500 foram identificados no Brasil e a rede da Fiocruz cadastrou no sistema um terço deles.

As amostras foram colhidas entre 12 de março de 2020 e 28 de fevereiro de 2021. O artigo é assinado por 31 pesquisadores e ainda deve passar por revisão de outros cientistas.

Com informações de UOL

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