Pandemia e alta nos juros devem levar mais empresas à inadimplência

Aumento de juros, fim de linhas de crédito especiais e descontrole no contágio por coronavírus ameaçam empresas

Foto: Tania Rego/Agência Brasil

Em momento crítico da pandemia de Covid-19 no Brasil, com medidas de restrição em capitais do país, o aumento da taxa básica de juros anunciado na quarta-feira (17) eleva o risco de inadimplência e quebra das empresas.

Para sobreviver à crise causada pela pandemia de Covid-19 em 2020, grande parte das empresas adiou compromissos para 2021, na expectativa da retomada da economia no primeiro trimestre de 2021. A falta de renda e os custos fixos levaram muitas empresas a aproveitarem os juros baixos das linhas de crédito oficiais para conseguir liquidez e garantir sobrevida aos negócios.

O problema é que os prazos de carência das linhas emergenciais de crédito abertas no ano passado para pequenas e médias empresas começam a expirar a partir deste mês. Os contratos prorrogados pelos bancos e fornecedores também devem voltar, em parte, aos fluxos normais de pagamento.

O aumento da Selic contribui para o cenário desolador para donos de pequenas empresas. A subida das taxas de juros faz com que as companhias passem a pagar mais caro pelo dinheiro, além de retrair a atividade econômica e retirar poder de captação de recursos do Estado, que pode reeditar as linhas de crédito de socorro às empresas. Há discussões no Congresso nesse sentido, mas caso as linhas de crédito sejam restauradas, os juros serão mais altos.

Em 2020, segundo dados do Banco Central, as concessões de crédito a pessoas jurídicas somaram aproximadamente R$ 2 trilhões, um amento de 9,15% em relação ao ano anterior. Os bancos flexibilizaram pagamentos de parcelas para micro e pequenas empresas no total de R$ 105 bilhões.

A previsão da Corporate Consulting, conforme informou o presidente da empresa ao Valor Econômico, é que entre 90 mil e 120 mil empresas – principalmente pequenas – fechem as portas no Brasil neste ano. O número é maior que em 2020, quando 75 mil empresas deixaram de operar.

Até esta sexta-feira (19), eram 5% da população brasileira vacinada, com alta em casos e óbitos por Covid-19, além de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) reservados para a doença operando na capacidade máxima na maioria das capitais. Seguindo práticas internacionais, os governadores e prefeitos mantém as medidas de restrição e a volta às atividades com segurança depende do controle do contágio por coronavírus.

Com informações de Valor Econômico

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