Parlamentares pedem 25ª Emenda para tirar Trump do cargo

Emenda permitiria retirar o presidente do cargo imediatamente. Atribuição de invocá-la é do vice-presidente, Mike Pence, e do gabinete presidencial.

Donald Trump - J. Scott Applewhite/AP

Um número crescente de parlamentares está pedindo a remoção imediata do presidente Donald Trump do cargo pela segurança da nação, um dia após uma multidão de seus apoiadores invadir o Capitólio.

“É hora de invocar a 25ª Emenda e acabar com este pesadelo”, disse nesta quinta-feira (7) o deputado Adam Kinzenger, do Illinois, tornando-se o primeiro político do Partido Republicano a defender o uso da 25ª Emenda. “O presidente não está apto, nem bem de saúde”, acrescentou.

Os Democratas também estão pedindo o afastamento de Trump, incluindo o líder da Minoria no Senado, Chuck Schumer, de Nova York, e a senadora Patty Murray, de Washington, líder assistente Democrata. Ambos usaram sua influência nos bastidores pela 25ª Emenda.

Um número cada vez maior de Democratas também está defendendo um impeachment, ainda que faltem só duas semanas para o fim do mandato de Trump e as duas Casas tenham agendado recesso até a posse do presidente eleito, Joe Biden.

“O que aconteceu no Capitólio dos Estados Unidos ontem foi uma inssurreição contra o país incitada pelo presidente. O presidente não deveria permanecer no cargo nem mais um dia”, disse Schumer em um comunicado.

“A forma mais rápida e eficaz de retirar o presidente do cargo, pois pode ser feito hoje mesmo, seria o vice-presidente [Mike Pence] invocar imediatamente a 25ª Emenda. Se o vice-presidente e o gabinete se recusarem a enfrentar [Trump], o Congresso deveria se reunir novamente para ‘impichá-lo’”, disse ainda o político.

O Democrata Adam Smith, de Washington, chefe do Comitê de Serviços Armados da Câmara dos Deputados, também pediu a invocação da emenda, enquanto o deputado David Cicilline, Democrata de Rhode Island, começou a fazer circular possíveis motivos para impeachment.

A responsabilidade de invocar a 25ª Emenda é do vice-presidente e do gabinete presidencial.

Kinzinger, que vem alertando sobre a retórica perigosa e falsa de Trump há semanas, foi o primeiro Republicano a pedir publicamente a invocação, decisão que disse ter tomado com “o coração pesado”.

O senador Republicano Mitt Romney, de Utah, que, diferente de Kinzinger, apoiou tirar Trump do cargo durante o julgamento do impeachment no ano passado, até o momento não abraçou a ideia de removê-lo agora.

Mas alguns membros do Partido Republicano iniciaram discussões sobre a aplicação da medida drástica, de acordo com diversos relatos. Além disso, alguns membros da administração Trump já entregaram os cargos em protesto contra os eventos de ontem.

(Colaboraram Burgess Everett e Quint Forgey)

Fonte: Politico

Tradução/Seleção de trechos: Mariana Branco

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