Campanha de Marina admite entregar pré-sal para multinacionais 

Em encontro com empresários nesta segunda-feira (15) em São Paulo, o coordenador de campanha de Marina Silva (PSB), Walter Feldman, criticou o modelo adotado de exploração do pré-sal, baseado no regime de partilha, em que a exploração de todas as áreas é controlada pela estatal brasileira, a Petrobras. Explicitamente, o guru aponta que o modelo de partilha será mudado em um possível governo Marina.

Feldman salientou que em encontro com executivos do setor na semana passada, eles se queixaram da política de conteúdo local, ou seja, 60% dos componentes feitos no Brasil, e defendeu os interesses das multinacionais como no regime de concessão, concretizado no governo neoliberal de FHC. Para Feldman, esse é modelo mais apropriado. Nele, as empresas passariam a explorar e obter a maior parte dos lucros da riqueza extraída de mares brasileiros, indicando ainda que a exigência tem que ser alterada.

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Na opinião do especialista na área, Haroldo Lima, ex-diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), voltar ao regime de concessões "seria um grave erro para o interesse dos brasileiros", pois, segundo ele, a alteração "contraria os interesses nacionais", uma vez que procuraria "satisfazer os interesses das multinacionais" na exploração de grandes áreas de petróleo.

Aprovado em 2010, durante o governo Lula, o regime de partilha determina que a exploração de todas as áreas do pré-sal seja controlada pela estatal. A Petrobras tem que ser sócia com, no mínimo, 30% de cada área. O objetivo é garantir que a riqueza seja extraída por uma empresa brasileira.

Em recente artigo, Haroldo reafirmou que as “imensas acumulações de óleo e gás descobertas em 2006 e anunciadas em 2007, conhecidas como ‘pré-sal’, constituem, a ‘joia da coroa’, a maior jazida do gênero encontrada no mundo nas últimas décadas. Sua importância movimentou o Executivo e o Legislativo de nosso país durante dois anos, na busca da melhor forma de explorá-la”.

Para Haroldo, foi uma vitória do povo e do Brasil, o governo conseguir introduzir o modelo de partilha como núcleo do novo marco regulatório e “pôs-se em lei que 75% dos royalties do petróleo extraído no país irão para a educação, além de 50% do Fundo Social do pré-sal, e que 25% desses royalties irão para a saúde. No total, esses recursos podem chegar a mais de R$ 1 trilhão, no curso de três décadas e meia”, ressaltou.

Na defesa do pré-sal e da Petrobras, nesta segunda-feira (15), mais de 10 mil trabalhadores realizaram uma manifestação no Rio de Janeiro, com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, petroleiros, centrais sindicais e movimentos sociais. (Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula).

Em um claro aviso ao povo contra a verdadeira intenção de Marina, Lula afirmou que prefere não falar mal de outros políticos, mas que não pode deixar de defender Dilma, sua sucessora. "Mas posso dizer que sou contra a candidata que faz oposição a Dilma. Porque ela vai terminar mostrando as inconsistências de um programa de governo feito a 500 mãos", disse.

Lula fez ainda a defesa da estatal. “Da data que descobrimos o pré-sal até agora estamos tirando mais petróleo do que o país tirou nos primeiros 31 anos de existência da Petrobras. Quem é que não quer que continue esse planejamento? Quem está incomodado com uma empresa brasileira para gerenciar esse petróleo? Quem está contra o fato de termos aprovado os 75% royalties do pré-sal para a educação? Com certeza não é nenhum trabalhador brasileiro, não é quem ama o Brasil. Sem o petróleo não haveria possibilidade do filho do trabalhador estudar numa universidade, sendo chamado de doutor. Imaginem quando estivermos tirando milhões e milhões de barris de petróleo do pré-sal.”

Em vários discursos sobre o tema, a candidata Marina Silva tenta mascarar os seus reais objetivos, dizendo que o pré-sal não é prioridade e que pretende reduzir os investimentos destinados a ele. Marina diz que dará preferência às fontes renováveis ao invés do petróleo, justamente para burlar a mensagem de que um possível governo dela seguiria a cartilha neoliberal de “dar de mão beijada” as riquezas de nosso país aos estrangeiros, como de fato foi escancarado por seu coordenador de campanha.

Da Redação do Portal Vermelho
Com agências