Destaques da semana no Portal Vermelho, por José Carlos Ruy

No resumo das principais notícias da semana de 16 a 22 de novembro de 2019, no Portal Vermelho, o jornalista e escritor José Carlos Ruy destaca que a direita que mata na Bolívia é a mesma que organiza o partido de Bolsonaro.

Clã Bolsonaro

A direita mantém suas barbaridades; contra ela, avança a resistência popular

A direita, que mata impunemente na Bolívia e em outros lugares, organiza o partido de Bolsonaro (que tem o filho investigado pela morte de Marielle), e cava um novo buraco nas contas externas do Brasil. Na resistência, o povo se organiza, e os movimentos lançam um programa para barrar os abusos de Bolsonaro.

A volta da direita na América do Sul
Presidente Correa: "Claramente o que aconteceu na Bolívia foi golpe" – Entrevista com o ex-presidente do Equador, Rafael Correa, analisa as ações da direita contra os governos progressistas na América do Sul.

Bolívia: licença para matar – Decreto do governo golpista da Bolívia concede licença para matar – Pelo decreto, a polícia não será responsabilizada por crimes contra o povo. De acordo com um balanço mais da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), o número de mortos em quase um mês de manifestações na Bolívia chegou a 23. O balanço coincide com o da Defensoria do Povo de Cochabamba, mas diverge dos números do governo, que fala em cinco o número de mortos na sexta-feira. No Twitter, a CIDH chamou de "grave" o Decreto 4078 do governo golpista

Para barrar os retrocessos do governo
– Movimentos lançam programa contra retrocessos do governo Bolsonaro – Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de oposição apresentaram nesta segunda-feira (18) propostas para se contrapor à política do governo. O foco é o Congresso Nacional, onde os projetos têm avançado e continuarão sendo aprovados, se não houver reação na rua e articulação política, juntando maior quantidade de forças, talvez além da esquerda tradicional. Apresentado pelos principais partidos de oposição no Congresso (PCdoB, PDT, PSB, PSOL e PT), o documento Proposta das Centrais Sindicais para Geração de Empregos lista 15 itens para o chamado Plano Emergencial de Emprego e Renda. Quer a reativação do programa Minha Casa Minha Vida, expansão do Bolsa Família, aumento real do salário mínimo, correção da tabela do Imposto de Renda, crédito para a agricultura familiar, apoio ao BNDES e retomada de obras paradas.

Paulo Guedes e, de novo, o peso e o alto custo da dependêcia externa – Guedes expõe o Brasil a reviver o pesadelo da vulnerabilidade externa – As medidas econômicas desastrosas de Paulo Guedes empurram o Brasil outra vez para uma crise cambial e fragilizam a proteção contra choques externos. Ela poderá voltar antes do que se imagina, alertam vários economistas. Além de torrar empresas e outros bens e recursos públicos pagar juros da dívida do governo, o Ministério da Economia acelera a venda de reservas cambiais. Além disso, prepara a abertura de contas bancárias em dólar no Brasil e pretende promover um rebaixamento unilateral de tarifas de importação. Essas iniciativas têm força suficiente para encaminhar a médio ou longo prazo uma crise cambial, principalmente em um contexto de crise externa, advertem muitos analistas

Carlos Bolsonaro e o assassinato de Marielle Frando: o que há a apurar? – Polícia apura participação de Carlos Bolsonaro na morte de Marielle – A Polícia Civil do Rio de Janeiro tem duas linhas de investigação sobre o assassinato de Marielle Franco: uma apura o envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro, que teve atritos com a vereadora morta; investiga Carlos Bolsonaro pela morte de Marielle Franco. A “Polícia Civil do Rio trabalha com hipótese nova, de envolvimento do vereador Carlos Bolsonaro neste caso”. Segundo essa linha de investigação, o vereador teria uma relação próxima com o Ronnie Lessa, acusado de ter disparado contra Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes. A outra linha de investigação apura a participação de Domingos Brasão, ex-deputado e ex-membro do Tribunal de Contas do Estado.

Com a privataria, a conta da luz vai subir – Venda da Eletrobras deve elevar contas de luz em 20% – Além de aumentar o preço da energia eétrica, a privatização da Eletrobras também vai entregar os rios para a inicitiva privada, dizem os especialistas  

Bancos fecham agências e desempregam, mesmo ganhando cada vez mais – Em um ano, bancos fecham 611 agências e demitem 5.542 trabalhadores – Os balanços do terceiro trimestre do Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander mostram que essas instituições controlam 81,2% dos ativos totais e detêm 84,7% do mercado de crédito. Mesmo apresentando lucro, há um movimento para reduzir a estrutura administrativa e diminuir gastos. A expectativa é que os bancos fechem cerca de 1.200 agências até o fim de 2020, com a perda de mais de 11 mil empregos

Palocci, mentira e traição Palocci frauda delação e apresenta dados falsos à Justiça – A delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci não existe. Mônica Bergamo revela, na Folha de S. Paulo que o escritório do advogado Márcio Thomaz Bastos fora contratado para cuidar da megafusão das Casas Bahia com o Pão de Açúcar. O escritório contratou a Projeto, empresa de consultoria de Palocci. O contrato tornou-se público quando se descobriu que Palocci, enquanto ministro, usava sua influência para fazer negócios. O próprio ex-ministro apresentou o contrato à Justiça. O advogado de Palocci, Tracy Reinalder, disse à Folha que o ex-ministro havia mentido antes, mas que o “verdadeiro escopo” da operação fora beneficiar a empreiteira na Justiça. A explicação conflita com alguns fatos, conforme planilhas, livros caixa, documentos bancários e recibos que demonstram que R$ 5,5 milhões foram integralmente pagos a Palocci. Quando foi necessário explicar o contrato do escritório de Bastos com o Grupo Pão de Açúcar, o advogado que assinou a petição foi o então diretor jurídico da empresa, Ednus Ascari Júnior, marido da procuradora da República Janice Ascari, que cuidava da “castelo de areia” junto ao juiz Fausto de Sanctis. As versões do ex-ministro variam de acordo com o momento. As explicações e informações dadas em depoimentos, nos anexos e fora dos autos vão sendo refeitas cada vez que são negadas. À Polícia Federal, o ex-ministro disse que a quantia de 5 milhões (ora mencionados como reais, ora como dólares, ora sem moeda) foi depositada em uma conta na Suíça por um advogado da Camargo Correa. Mas as provas indicam que o dinheiro ficou com ele mesmo

Um partido sem futuro – Futuro partido de Bolsonaro pode ficar sem dinheiro e tempo de TV – O presidente Jair Bolsonaro lança nesta quinta-feira (21) seu partido, a Aliança pelo Brasil. Mas não há certeza sobre sua viabilidade: vai precisar encontrar brechas na Justiça Eleitoral para ter meios de disputar as eleições de 2020 e 2022. Pode ficar sem os recursos dos fundos partidário e eleitoral e sem tempo de rádio e TV, pois não há clima nos tribunais superiores para mudar o entendimento atual de que fundo e tempo pertencem ao partido, e não ao deputado. E a distribuição do fundo partidário leva em conta os votos obtidos na última eleição para a Câmara, o que não garantiria esses recursos para a nova sigla de Bolsonaro

A velha nova política da direita: Ricardo Salles é investidado – Justiça investiga ministro de Bolsonaro por enriquecimento ilícito – O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles. Há suspeita de enriquecimento ilícito: seu patrimônio saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018. Ele foi, nesse período, secretário particular do Governador (01/03/2013 a 02/12/2014) e secretário de Estado (16/07/2016 a 30/08/2017), com remuneração mensal média inferior a R$ 19.000,00, mesmo tendo entremeados, nesses períodos, 39 meses no setor privado, e por uma ação revisional de alimentos que resultou em diminuição de pensão alimentícia em favor dos filhos, diz o Tribunal. Ele teve uma alta patrimonial de 335% em cinco anos. Na decisão em que autoriza a quebra do sigilos fiscal e bancário do ministro, a Justiça de São Paulo destaca aumento patrimonial incompatível com os cargos que exerceu.