Justiça investiga ministro de Bolsonaro por enriquecimento ilícito

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a quebra dos sigilos fiscal e bancário do ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles. A suspeita é de enriquecimento ilícito. A investigação apura como o patrimônio dele saltou de R$ 1,4 milhão para R$ 8,8 milhões entre 2012 e 2018.

Ricardo Salles

“Chama a atenção o fato de em 2012 o agravado ter declarado ao TSE patrimônio de R$ 1,4 milhão e, em 2018, declarado patrimônio de R$ 8,8 milhões, tendo, nesse período, exercido o cargo de secretário particular do Governador de 01/03/2013 a 02/12/2014 e o cargo de secretário de Estado de 16/07/2016 a 30/08/2017, com remuneração mensal média inferior a R$ 19.000,00, mesmo entremeados, tais períodos, por 39 (trinta e nove) meses de atuação no setor privado (p.417) e por uma ação revisional de alimentos que resultou em diminuição de pensão alimentícia em favor dos filhos”, diz o texto do Tribunal.

Quando foi candidato a vereador pelo PSDB, Salles declarou possuir R$ 1,4 milhão em bens, a maior parte em aplicações financeiras, 10% de um apartamento, um carro e uma moto. Em 2018, quando saiu a deputado federal pelo Novo, foram R$ 8,8 milhões, sendo dois apartamentos de R$ 3 milhões cada, R$ 2,3 milhões em aplicações e um barco de R$ 500 mil – alta de 335% em cinco anos, corrigindo o valor pela inflação, apontou reportagem de agosto do jornal O Estado de São Paulo.

Na decisão em que autoriza a quebra do sigilos fiscal e bancário do ministro, a Justiça de São Paulo destaca aumento patrimonial incompatível com o cargo de secretário do Meio Ambiente do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (pSDB).

O ex-governador de São Paulo chegou a depor na investigação. “O inquérito de investigação é sobre o patrimônio do Ricardo Salles. Ele foi, por um período curto, nosso secretário do Meio Ambiente e secretário particular”, disse o tucano.