Justiça decide contra dono da Havan por impor voto em Bolsonaro

Na última semana, ganhou as redes sociais vídeo em que o empresário das lojas Havan, Luciano Hang, obriga os trabalhadores a votarem no candidato à presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro. O empresário ameaça os empregos com o fechamento de lojas em caso de outro resultado eleitoral. Nesta quarta-feira (3), o Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina decidiu que Hang deve se abster de pressionar os empregados.  Clique AQUI para ler a sentença.

Por Railídia Carvalho

Julio Hang, dona da Havan coage funcionários a votar em Bolsonaro - Havan/Divulgação

De acordo com a decisão liminar, o empresário tem até esta sexta-feira (5) para reproduzir a decisão judicial nas redes sociais e fazer chegar a todos os trabalhadores que eles tem o livre direito de decidir em quem votar. O juiz estabeleceu multa de 500 mil reais em caso de descumprimento.

“As lojas Havan cresceram de forma assustadora com a sonegação de impostos. O dono tem processos por sonegar. É um absurdo o que está fazendo com os trabalhadores se aproveitando de uma situação de desemprego alto. Mas essa atuação dele é conhecida desde o impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff”, afirmou Valeir Ertle, da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

O empresário Pedro Joanir Zonta, presidente de uma rede de supermercados no Paraná, o grupo Condor, assinou acordo com o Ministério Público do Paraná para esclarecer os termos de carta enviada aos funcionários divulgando motivos pelos quais vota em Jair Bolsonaro. A nova comunicação será enviada por whatsapp a todos os funcionários que receberam o primeiro comunicado.

Após a série de denúncias, o MPT divulgou nesta segunda-feira (1º) nota em que classifica como violação trabalhista a pressão de empresários sobre trabalhadores para impor seus candidatos à presidência. O procurador geral, Ronaldo Fleury, recomendou que os trabalhadores denunciem essas tentativas. O grupo Condor publicará a nota no site da empresa.

Na opinião de Marcelino da Rocha, dirigente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), o empregado deve procurar o sindicato e denunciar esse tipo de tentativa. “Estamos divulgando nos locais de trabalho a nota do Ministério Público e alertando o trabalhador para combater a intimidação do patrão que é favorecido pela crise e pelo drama do desemprego”.

Clique AQUI para ler a nota do Ministério Público do Trabalho

Confira a carta de Pedro Joanir Zonta aos trabalhadores