Neste sábado, movimentos fazem ato pela demissão do comandante da Rota

Após o novo comandante da Rota declarar que “abordagem nos Jardins tem de ser diferente da periferia”, o Movimento Negro de São Paulo, aliado a um conjunto de organizações populares, protocolou na tarde desta sexta-feira (25) uma petição de pedido de explicações com base na lei de acesso à informação junto com a exigência de sua demissão.

Por Verônica Lugarini*

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Em resposta a fala do atual comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), o tenente-coronel Ricardo Augusto Nascimento de Mello Araújo, o Movimento Negro de SP e outras organizações protocolaram uma petição de pedido de explicações com base na lei de acesso à informação, com relação às declarações do novo Comandante da Rota nesta quarta-feira (23) ao portal de notícias UOL.

A petição foi feito junto à Secretaria de Segurança Pública (SSP), ao Ministério Público, Ouvidoria das Polícias e ao Gabinete do Governador e pede explicações às instituições sobre o ocorrido, além de exigir a demissão de Mello Araújo.

Diante do ocorrido, Douglas Belchior, que constrói a Frente Alternativa Preta e é fundador da Uneafro, informou em entrevista ao Portal Vermelho que é preciso denunciar casos como esse e exigir a saída do Coronel. Confira a matéria completa aqui.

“Precisamos ser incisivos nesse momento e exigir não só uma retratação da Rota e do governo, mas também o debate na sociedade e, principalmente, a demissão do comandante da Rota porque ele não tem condição moral para continuar no cargo, afinal, não é possível ter alguém que incentive o crime da polícia na periferia, ou seja, a prisão arbitrária, tortura e morte”, disse Belchior.

No pedido protocolado nesta sexta-feira, as organizações apontam que o comandante da Rota “professa e endossa uma forma de atuação diferenciada por parte da Policia Militar a partir de critérios territoriais, geográficos, sociais e raciais, e que concebe deliberadamente a ideia de que a Polícia Militar deve ser mais violenta em um determinado perfil de localidade, sabidamente ocupada pela população negra e pobre e logo, acaba por promover e incentivar condutas violentas e até criminosas de seus comandados, atenta e infringe os princípios institucionais da própria Polícia Militar, da Segurança Pública e do Estado Democrático de Direito, o que tira dele quaisquer condições morais e políticas de permanecer no cargo. Daí que exigimos sua imediata demissão”, informa o documento.

Ato em resposta à declaração

Neste sábado (26), às 14h, o Movimento Negro de SP e outras organizações irão realizar um ato público na Praça Roosevelt, na região Central de São Paulo, em repúdio ás falas de Mello Araújo e pela exigência de explicações sobre o ocorrido.

Os movimentos também pedem a demissão do comandante.

O ato também contará com uma aula pública, debates, música e poesia. É possível confirmar presença no evento do Facebook por esse link: “Tarde Anti Nazista – Contra o Avanço do Racismo No Mundo”.

Para acessar o PDF da petição clique aqui: