Unasul pede à oposição para voltar a dialogar com o governo de Maduro

 A Unasul (União das Nações Sul-Americanas) tenta acalmar os ânimos para amenizar a crise política na Venezuela. Nesta terça-feira (7) o organismo pediu à oposição para voltar a dialogar com o governo de Nicolás Maduro a fim de alcançar uma solução para o período de instabilidade.

Nicolás Maduro - Presidência Venezuela

Segundo um comunicado oficial da Unasul, os líderes da oposição, integrantes da MUD, coalizão de partidos de direita, não participaram de um encontro que estava agendado para esta terça-feira (7) e pediram para que a reunião fosse adiada.

Em nota, o organismo pede à oposição para se reincorporar ao diálogo “o mais rápido possível” para dar continuidade ao caminho que permitirá “reafirmar a paz, a convivência e o diálogo como mecanismos de entendimento entre os venezuelanos”.

A Unasul realiza desde o fim de maio, na República Dominicana, reuniões em separado com membros do governo e da oposição em busca de um acordo entre as partes. Os diálogos são mediados por José Luis Rodríguez Zapatero, ex-presidente do governo da Espanha, Leonel Fernández, ex-presidente da República Dominicana, e Martín Torrijos, ex-presidente do Panamá.

Maduro se encontra em meio a uma ofensiva da oposição venezuelana e de alguns atores internacionais para que realize o referendo revogatório de seu mandato ainda este ano. Na votação, um dispositivo constitucional venezuelano, a população decidiria se ele continua ou não como presidente do país.

A previsão, por parte da oposição dentro e fora da Venezuela, é de que Maduro sairia derrotado. Neste caso, se o referendo for realizado ainda este ano, novas eleições serão convocadas; caso o referendo seja realizado no ano que vem, o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz Almeida, do PSUV, mesmo partido de Maduro, assumiria – o que a oposição quer evitar que aconteça.

No comunicado, a Unasul afirma que existe vontade do governo de Maduro de seguir com as negociações e reafirma o desejo da entidade e dos mediadores de “apoiar a Venezuela para gerar as condições que permitam chegar a um diálogo nacional”.

No dia 1º deste mês, o Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos) aprovou, por consenso, um documento de apoio ao processo de diálogo na Venezuela encabeçado pela Unasul, um dia após a decisão do secretário-geral do organismo, Luis Almagro, de invocar a Carta Democrática para o país.