Dez filmes latino-americanos de 2017 para ver na Mostra de SP

Começou nesta quinta-feira (19) a 41ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Este ano o foco é a Suíça e a programação traz um vasto catálogo de clássicos e produções contemporâneas daquele país. Além da deste, os amantes de do cinema poderão assistir à produção de outros 72 países.

O último traje - Divulgação

Selecionamos dez filmes latino-americanos, um de cada país presente nesta edição de Mostra, todos lançados em 2017. Algumas das obras já foram premiadas em diversos festivais na Europa e na América Latina.

Este ano é possível conferir a produção da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.

Veja a lista completa:

Argentina – O Último Traje

Abraham Bursztein é um costureiro judeu de 88 anos que vai de Buenos Aires até a Polônia com o objetivo de reencontrar um homem que o salvou da morte depois que ele conseguiu sobreviver a Auschwitz. Fugindo de sua família, que deseja colocá-lo em um asilo, e sem notícias deste homem há mais de 70 anos, Abraham vai tentar localizar seu velho amigo e cumprir a promessa que lhe fez no passado: contar sobre a vida que teve graças à sua coragem.

Diretor: Pablo Solarz nasceu em 1969. É o roteirista de duas das maiores bilheterias da Argentina: Um Namorado para Minha Esposa (2008) e Roteiro de Casamento (2016). Também escreveu outras produções, como Histórias Mínimas (2002). Juntos para Sempre (2010) foi sua estreia na direção de longas-metragens.

Bolívia – Eugenia

Eugenia, uma jovem de classe média que vive em um pequeno município na Bolívia, decide se separar do marido, deixar o emprego e se mudar para a casa do pai em outra cidade. Aberta a diferentes experiências, ela deseja começar uma vida nova. Conforme o tempo passa, no entanto, Eugenia fica desapontada com esse novo contexto, até que recebe uma notícia que colocará em risco sua tão esperada independência.

Diretor: Martín Boulocq nasceu em Cochabamba, Bolívia, em 1980. Dirigiu os curtas El Refugio (2001) e Los Girasoles (2014) e os longas-metragens Lo Más Bonito y Mis Mejores Años (2005) e Los Viejos (2011).

Brasil – Amores de Chumbo

Quarenta anos separam Maria Eugênia, escritora pernambucana radicada na França, do casal Miguel e Lúcia, que acabam de comemorar quatro décadas de união. O retorno de Maria Eugênia suscita dúvidas e desconfianças há muito tempo guardadas. Partindo do ponto de vista desses três personagens, se revive o momento político e social da época de chumbo da ditadura militar no Brasil —uma história que mudou o rumo de muitas vidas.

Diretora: Tuca Siqueira é roteirista e diretora. Vive e trabalha em Recife. É formada em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco e tem especialização em estudos cinematográficos pela Universidade Católica de Pernambuco. Dirigiu, entre outros, o curta Homine: Costurando Identidades Urbanas (2003) e o longa A Mesa Vermelha (2013).

Chile – A Ilha dos Pinguins

Santiago, Chile, 2006. Martín, um estudante do ensino médio indiferente a tudo, une-se à ocupação de sua escola para se aproximar de Laura, a presidente idealista do centro estudantil. Durante o movimento, Martín vai questionar seus preconceitos com os colegas e, pouco a pouco, embarcará na mesma luta deles. Juntos, esses jovens vão enfrentar as adversidades do confinamento enquanto suas relações se transformam, o amor floresce e a apatia da sociedade começa a desaparecer com o nascimento da revolução dos pinguins.

Diretor: Guille Söhrensé é um cineasta chileno-alemão. Estudou na Universidade de Artes, Ciências e Comunicação em Santiago. Dirigiu os curtas Zapatos de Barro (2013), Huevo Frito (2013) e El Desalojo (2014), além do longa El Último Lonco (2015).A Ilha dos Pinguins é seu segundo longa-metragem.

Colômbia – A defesa do dragão

A história de três velhos amigos no centro de Bogotá. Um jogador de xadrez e apostador nas horas vagas, o dono de uma relojoaria que se recusa a fechar sua loja e um espanhol homeopata obcecado por pôquer. Eles passam seus dias entre o lendário clube de xadrez Lasker, o cassino The Caribbean e o café La Normanda. Quando o conforto de suas rotinas é colocado em risco, cada um deles verá que na vida, assim como no amor, nunca é tarde para ter uma chance.

Diretora: Natalia Santana nasceu em Bogotá, Colômbia, em 1977. Estudou literatura e, depois de se formar, trabalhou nas editoras Alfaguara e Taurus. A Defesa do Dragão é seu primeiro longa-metragem.

Equador – Sem mortos não há carnaval

Um jovem rico está tentando despejar 250 famílias que ocupam a terra que ele herdou. Pronto para negociar, o líder da ocupação sabe que o despejo não vai acontecer sem derramamento de sangue. Suspeitando dessa traição, os moradores tornam públicas suas preocupações.

Diretor: Sebastián Cordero nasceu no Equador em 1972. Estudou em Quito, Paris e Los Angeles, onde se formou no curso de roteiro da Universidade do Sul da Califórnia. De volta ao seu país, dirigiu Ratas, Ratones, Rateros (1999, 23ª Mostra), seu primeiro longa. Dirigiu ainda Crónicas (2004), Rabia (2009), Pescador (2011) e Viagem à Lua de Júpiter (2013).

México – As filhas de abril

Valeria tem 17 anos e está grávida de seu namorado, mas ainda não contou a novidade para sua mãe, a ausente Abril. Clara, sua irmã, revela o que está acontecendo, fazendo Abril agir de maneira preocupada e afetuosa. Porém, depois que a criança nasce, fica claro o motivo pelo qual Valeria mantinha a mãe o mais distante possível.

Vencedor do Prêmio Especial do Júri da seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

Diretor: Michel Franco nasceu na Cidade do México em 1979. Graduou-se em direção pela New York Film Academy e começou a fazer filmes com a sua produtora, Lucía Films. Sua filmografia inclui Daniel & Ana (2009, 33ª Mostra), Depois de Lúcia (2012), vencedor da seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes, A Los Ojos (2015) e Chronic (2015, 39ª Mostra), premiado como Melhor Roteiro em Cannes.

República Dominicana – Tormentero

Há alguns anos, Romero, um pescador, descobriu um campo de petróleo na vila onde morava, o que fez com que amigos e vizinhos perdessem o trabalho e passassem a rejeitá-lo. Agora, aposentado e assombrado pelo passado, Romero quer reaver o amor e a honra que perdeu décadas antes, após sua fatídica descoberta.

Diretor: Rubén Imazn nasceu na Cidade do México em 1979. Estreou na direção de longas-metragens com Familia Tortuga (2006). Seu segundo filme, Cefalópodo (2010), foi desenvolvido no programa de residência da Cinéfondation de Cannes. Em 2012, produziu, editou e escreveu Fogo (36ª Mostra), de Yulene Olaizola, com quem codirigiu Epitafio (2015).

Uruguai – El Pampero

Um homem com uma doença terminal se afasta de tudo e embarca em uma jornada em seu antigo veleiro em busca de refúgio na natureza. Uma jovem, que foge de um crime que ela afirma não ter cometido, interrompe seus planos. Ajudá-la será a sua última chance de se sentir vivo.

Diretor: Matías Lucchesi nasceu em Córdoba, na Argentina, em 1980. Começou a carreira dirigindo curtas como Distancias (2010). Ciências Naturais (2014, 38ª Mostra), seu primeiro longa-metragem, venceu o Urso de Cristal de Melhor Filme na seção Generation Plus do Festival de Berlim. El Pampero é seu segundo longa.

Venezuela – Arpón

O sr. Arguello é diretor de uma escola. Diariamente, ele verifica as mochilas de todos os alunos em busca de algo comprometedor. Cata, uma estudante de 14 anos, sofre um acidente no lago. Arguello terá que cuidar da garota nas próximas horas enquanto localiza seus pais. Durante essa espera, se desenvolverá a história mais importante de suas vidas.

Diretor: tom Espinosa nasceu em Caracas, Venezuela, em 1981. Estudou comunicação social e trabalhou como assistente de direção na TV e na publicidade. Dirigiu curtas-metragens como La Fiesta del Zapallo (2008) e Las Arácnidas (2015). Arpón é seu primeiro longa-metragem.