As ameaças à liberdade de expressão e ao jornalista Glenn Greenwald foram tema do programa De Olho na Mídia, nesta segunda-feira (29). Transmitido ao vivo direto da sede do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, em São Paulo, os jornalistas da casa Renata Mielli, Carlos Tibúrcio e Laurindo Leal Filho, o Lalo, falaram sobre como a mídia tem tratado os desdobramentos do escândalo e os abusos absurdos da dupla Moro e Bolsonaro.
O advogado Alberto Toron, um dos maiores criminalistas do País, foi um dos criadores do grupo Prerrogativas, que combate o “emparedamento do Judiciário”. Desse grupo surgiu o Liberdade de Imprensa, com a missão de dar suporte ao que for necessário para à defesa de Glenn Greenwald e do site The Intercept Brasil. Hoje, Toron advoga para nomes como Dilma Rousseff e Manuela D’Ávila – a quem Sergio Moro tentou envolver, irresponsavelmente, no escândalo dos hackers, que tem o DNA do próprio ministro.
Reportagem conjunta dos jornalistas Ricardo Balthazar, da Folha de S.Paulo; e Rafael Moro Martins, do The Intercept Brasil, revelou nesta segunda-feira (29) que há seis dias do primeiro turno da eleição presidencial do ano passado o então juiz Sergio Moro "agiu por considerações políticas" ao tomar a decisão de divulgar parte da delação do ex-ministro Antonio Palocci, mesmo tendo dúvidas sobre as provas apresentadas pelo ex-ministro.
Alguns dos bancos que entraram na oferta de ações da BR Distribuidora ou coordenaram a operação na Bovespa, na terça-feira (23), também podem ter estado com o procurador do Ministério Público Federal Deltan Dallagnol, em reunião privada em 13 de junho de 2018, organizada pela XP Investimentos, para comentar sobre o tema ‘Lava Jato e Eleições’.
Walter Delgatti Neto, de 30 anos, mais conhecido como Vermelho —ou, agora, como o hacker de Araraquara—, descreveu à Polícia Federal como, de maneira autodidata, conseguiu chegar, supostamente, ao aparelho celular do procurador da República Deltan Dallagnol, depois de hackear também nomes como o da ex-presidenta Dilma Rousseff ou do presidente do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Rememore os fatos, como num filme. O ministro da Justiça está nas cordas, acuado pelo vazamento de diálogos que revelam como, quando juiz, abandonou a imparcialidade, feriu a lei e imiscuiu-se em assuntos políticos para favorecer um candidato que, no ato seguinte, o levaria ao governo. Em certa altura, sua linha de defesa, que jamais nega a possibilidade de os diálogos serem reais, torna-se ineficaz.
Por Antonio Martins
A propaganda e a guerra psicológica têm seu papel nos conflitos, mas só podem ser declaradas decisivas quando um lado decide capitular apesar de ainda ter recursos suficientes para virar o jogo. Outro jeito de ganhar guerras é eliminar o inimigo. Outra maneira é o armistício sem capitulação. A Alemanha perdeu a Primeira Guerra Mundial do primeiro jeito, e a Segunda do segundo. A Guerra da Coreia terminou do terceiro jeito.
Por Alon Feuerwerker*
O envolvimento do ministro Sergio Moro (Justiça) nos desdobramentos da Operação Spoofing, que prendeu quatro supostos hackers nesta semana, reacendeu a pressão de alas do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Congresso para que os dois Poderes deem resposta à atuação do ex-juiz da Lava Jato. A avaliação de ministros da Corte e de parlamentares é a de que Moro extrapolou os limites de sua competência como ministro ao indicar que teve acesso a dados de uma investigação sigilosa da Polícia Federal.
A empresa do mercado finaceiro XP Investimentos pagou por uma palestra secreta feita pelo procurador do Ministério Público Federal, Deltan Dallagnol, indicam novas mensagens reveladas. O encontro foi realizado no dia 13 de junho de 2018, e o tema era a eleição e a Lava Jeito. Detalhe que essa reunião foi realizada quatro meses antes do pleito presidencial.
À colunista do jornal Folha de São Paulo Mônica Bergamo, o presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, afirmou que o ministro da Justiça, Sergio Moro, "usa o cargo, aniquila a independência da Polícia Federal e ainda banca o chefe de quadrilha ao dizer que sabe das conversas de autoridades que não são investigadas".
Em mais uma ilegalidade – agora à frente do Ministério de Justiça e Segurança Pública –, o ex-juiz Sergio Moro decidiu descartar, por conta própria, material obtido pela Polícia Federal (PF) junto a hackers. Essa decisão, no entanto, não cabe ao titular da Justiça, mas, sim, ao juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal Criminal de Brasília.
“Nós não somos ‘hackers newbies’ (amadores), a notícia não condiz com nosso modo de operar, nós acessamos telegrama com a finalidade de extrair conversas e fazer justiça, trazendo a verdade para o povo”, diz a fonte que entregou os diálogos da Operação Lava jato ao jornalista Glenn Greenwald.