Vítimas de rompimento de barragem reclamam da demora no pagamento de indenizações
Mais de sete mil pescadores e trabalhadores rurais de Minas Gerais e Espírito Santo serão beneficiados. O rompimento da barragem do Fundão, em 2015 deixou 19 mortos.
Rompimento de barragem matou 19 pessoas e a lama destruiu a flora e fauna do Vale do Rio Doce
Sentença também condenou a União e o Estado de Minas Gerais por violações aos direitos humanos
Justiça entende que ação de R$ 25 bilhões contra empresa inglesa BHP Billiton é abusiva
Pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) constatou que a água no litoral capixaba apresenta concentração elevada de rejeito de minério oriundo do rompimento da barragem em Mariana. Os rejeitos se aproximam do Parque Nacional de Abrolhos, uma unidade de conservação marinha
Rompimento de barragem que levou 20 vidas, destruiu uma vila e encheu o Rio Doce e o mar de lama da mineração, deixou tudo ainda por reconstruir
Foi prorrogado mais uma vez o prazo para que a mineradora Samarco e as suas acionistas Vale e BHP Billiton assinem um acordo com o Ministério Público Federal para reparação de danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais. O documento pode ser assinado até o dia 25 de junho deste ano. A decisão é da 12ª Vara Federal de Minas Gerais.
Neste domingo (5), o crime ambiental de Mariana, cometido pela Samarco (subsidiária da Vale e da BHP Billinton), completa dois anos. De lá para cá, apenas 3 mil das 23 mil barragens existentes no Brasil são fiscalizadas como deveriam, demonstra um relatório divulgado pela Agência Nacional de Águas (ANA). O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) alerta que os dados ainda estão incompletos.
Há dois anos, o dia 5 de novembro marcaria a vida de milhares de pessoas que vivem ao longo da Bacia do Rio Doce. No primeiro momento, a avalanche de lama destruiu comunidades de Mariana e Barra Longa, tirou a vida de 19 pessoas e seguiu um curso de contaminação de mais 650 km até o Espírito Santo.
Por Rafael Drummond
Na data que marcará um ano de impunidade do crime da Samarco (ValeBHP Billiton), quando houve o rompimento das barragens de rejeito, em Mariana (MG), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizará um grande encontro na cidade reunindo famílias de todas as regiões atingidas pela lama na bacia do Rio Doce. A tragédia é o maior desastre ambiental da história do Brasil e o mais impactante da mineração global.
A avaliação sobre as reparações feitas depois do rompimento da barragem de Fundão, na cidade de Mariana em novembro de 2015, é unânime: “nada tem sido feito”, resumiu Geovani Krenak, integrante da Aldeia Indígena Krenak. Movimentos e atingidos apresentaram a sua visão sobre o decorrer do ano durante coletiva de imprensa realizada na quarta (26), em Belo Horizonte.