O vice-presidente da Republica, Michel Temer, defendeu neste sábado (4) a permanência do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, no cargo, e avaliou como “esclarecedora” a entrevista concedida pelo ministro ontem (3) à noite para falar sobre sua evolução patrimonial. Já a oposição cobra mais explicações e pede a demissão de Palocci.
Se já estava insustentável, a situação de Antonio Palocci, ministro-chefe da Casa Civil, ficou ainda pior, depois que ele quebrou, nesta sexta-feira (3), por determinação da presidente Dilma Rousseff, o silêncio sobre as acusações de enriquecimento ilícito que pesavam contra ele.
Por Ricardo Kotscho, no Balaio do Kotscho
Diante do agravamento da situação do ministro Antonio Palocci (Casa Civil), a presidente Dilma Rousseff passou a analisar não só nomes para substituí-lo como a estudar mudanças no perfil dos titulares dos cargos núcleo-duro do Palácio do Planalto. Num cenário de queda de Palocci, ela cogita trocá-lo por um ministro de perfil "técnico", o que assessores da presidente tratam reservadamente como escalar uma "Dilma da Dilma".
A cúpula do PMDB decidiu, nesta quinta-feira (2), conceder apoio explícito ao ministro Antonio Palocci (Casa Civil), acusado de enriquecimento ilícito e tráfico de influência. “Não se trata de solidariedade. Nós apoiamos o ministro Palocci”, afirma o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Logo depois de a base governista conseguir a suspensão da convocação do ministro Antonio Palocci, o líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP), avalia que o chefe da Casa Civil deverá vir a público tratar do aumento de seu patrimônio. "Talvez seja a hora de Palocci falar", pondera.
Depois de duas semanas de tentativas, os partidos de oposição conseguiram aprovar a convocação do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, para explicar na Câmara a multiplicação de seu patrimônio e suposto tráfico de influência praticado por sua empresa, a Projeto.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) sugeriu a seu partido a demissão do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci — que não consegue explicar como aumentou seu patrimônio em 20 vezes atuando como consultor no período em que exerceu mandato de deputado (2006-2010). Mulher do ministro Paulo Bernardo (Comunicações), Gleisi expôs sua opinião durante almoço que ofereceu, na semana passada, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Duas semanas depois de revelada a vultosa evolução patrimonial do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci — o que gerou suspeitas sobre tráfico de influência —, a Controladoria-Geral da União (CGU) decidiu não abrir sindicância para avaliar o caso. O órgão alega que Palocci não era "agente público" na época em que recebeu os pagamentos feitos à empresa Projeto Consultoria Financeira e Econômica Ltda., que prestou serviços de consultoria a bancos, montadoras e indústrias.
O Ministério Público Federal abriu investigação para apurar se o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, enriqueceu ilicitamente por meio da sua empresa de consultoria. A portaria com o pedido de investigação foi publicado no último dia 24, e o procedimento será conduzido pelo procurador da República no Distrito Federal Paulo José Rocha.
Uma semana depois das acusações de conflito de interesses contra o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, o governo promete não dar margem a novos ataques. Segundo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, o Planalto considera que a oposição usa o episódio para deflagar uma "guerra política" contra a presidente Dilma Rousseff.
O ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, ex-ministro da Fazenda do primeiro governo Lula, teria negociado com as Organizações Globo, em 2006, a divulgação do “dossiê Francenildo”, que violava dados bancários do caseiro Francenildo Costa. É o que afirma, de Londres, o jornalista Paulo Nogueira, que era diretor editorial das Organizações Globo, respondendo por revistas como Época, Época Negócios, Marie Claire e Quem.
O procurador-geral da República (PGR), Roberto Gurgel, enviou hoje (20) ao ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, um pedido para que ele se manifeste sobre as recentes revelações sobre seu patrimônio e sobre a empresa de consultoria que manteve entre 2006 e 2010. A partir desta sexta-feira (20), o ministro terá 15 dias para prestar informações.