Mulheres do campo, da floresta e das águas celebram conquistas e compromisso de resistência
A Esplanada dos Ministérios foi colorida pelo lilás das Margaridas nesta quarta-feira (14). Em sua 6ª edição, a Marcha das Margaridas reuniu este ano mais de 100 mil trabalhadoras do campo, das florestas e das águas em defesa de seus direitos e contra os desmontes do governo de Jair Bolsonaro. É a primeira vez que o grupo não traz uma pauta a ser entregue ao governo, mas uma plataforma política, onde aponta o modelo de sociedade que as mulheres defendem.
Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara
“Obrigado pelo abraço, pelo carinho. Sigamos em frente, sem medo de sermos felizes. As margaridas chegaram e eles não tem como deter a primavera”, diz o ex-presidente Lula em carta nesta quarta-feira (14) às mulheres que participam da gigantesca manifestação em Brasília.
Além de milhares de mulheres trabalhadoras rurais de todo o Brasil, a Marcha das Margaridas também conta com a presença e o apoio de mais de 50 mulheres de diversas organizações da agricultura familiar de diversos países da América do Sul, América Central, África, Europa e Ásia. É a maior mobilização de massa da América Latina protagonizada por mulheres.
Com uma pauta extensa, que pela primeira vez não será entregue ao governo federal, por entender que não dá para negociar com quem retira direitos, a Marcha das margaridas 2019 reúne nesta quarta-feira (14) milhares de mulheres na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
O brutal assassinato de Margarida Maria Alves, em 12 de agosto de 1983, foi o estopim para que mulheres do campo, anos depois, imbuídas do espírito de luta de Margarida, se organizassem em defesa de justiça, igualdade e paz no campo e na cidade.
Por Christiane Peres, do PCdoB na Câmara
Nesta terça-feira (13), a Câmara dos Deputados realiza uma sessão solene em homenagem à Marcha das Margaridas que realiza em Brasília-DF a sua sexta edição. As caravanas começaram a chegar na madrugada desta terça no Pavilhão do Parque da Cidade. Em passeata as mulheres atravessaram a Esplanada dos Ministérios nesta manhã até o Congresso Nacional. Confira a transmissão ao vivo pela TV Câmara.
Movimentos sociais estão nas ruas nesta terça-feira (13) em todo o país para combater os cortes na educação, mais verbas para a saúde e justiça social. Em Brasília, são destaques o Tsunami pela educação, liderado pela UNE, e as marchas das mulheres indígenas e das Margaridas.
Nesta segunda-feira (12), dia em que se completam 36 anos do assassinato de Margarida Maria Alves, símbolo da maior ação de mulheres da América Latina, milhares de Margaridas de todo o Brasil e de outros 26 países estão em Brasília para participar da Marcha das Margaridas 2019, que será realizada nesta terça-feira (13) e na quarta (14).
A União Brasileira de Mulheres (UBM) tem participado, ativamente, da construção da 6ª Marcha das Margaridas que ocorrerá nestes dias 13 e 14 de agosto, em Brasília. Além de agricultoras familiares, fazem parte também das “Margaridas”, as mulheres indígenas, quilombolas, ribeirinhas, pescadoras, raizeiras, quebradeiras de coco babaçu e extrativistas e as urbanas, que vêm de todo o Brasil para apresentar no centro político do País uma plataforma política em defesa das mulheres.
Desde 2000, a Marcha das Margaridas leva as pautas das mulheres do campo a Brasília. Em sua sexta edição, as trabalhadoras do campo apresentam suas reivindicações para a construção de uma sociedade que respeite os gêneros e caminhe para construir a cultura da paz.
Por Marcos Aurélio Ruy
Por ocasião da 6ª Marcha das Margaridas que se realizará entre os dias 13 e 14 de agosto deste ano em Brasília, a Contag entrevistou a presidenta da Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Piauí (FETAG-PI) e recentemente empossada deputada estadual (PCdoB) na Assembleia Legislativa do Piauí, Rosângela Moura.