Imagina a cena!
Eu não tinha mais de nove anos de idade e meu irmão uns oito quando chegamos em casa trazidos por uma viatura. Eu sem saber ler lábios, via pelo para-brisa do camburão Zé Porva dizendo:
Ih! A puliça pegou us fí di Dona Carlota. Esses nunca mi enganaru.
Senhor Juiz, antes de seguir com o meu relato sobre o que aconteceu naquele dia, preciso voltar para o futuro para delatar algumas coisas.
Diante das afirmações do ministro do STF Marco Aurélio Mello e das lambanças que o juiz Sergio Moro fez no caso da “condução coercitiva” do ex-presidente Lula, lembrei-me de uma expressão muito antiga e comum lá pelas bandas do sertão do Cariri, na cidade do Crato. "Aqui o que impera, o que vale é a 'Lei do Chico de Brito".
Os acontecimentos de sexta-feira, dia 4 de março, quando a Operação Lava Jato atingiu o ápice do desregramento jurídico, da truculência policial e do foguetório midiático, muda a situação: o embate político e social entra em nova etapa, mais aguda, mais polarizada e mais imprevisível. Acumula um movimento de limiar de nova etapa.
Por Renato Rabelo*
O economista e ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira também manifestou, através de sua página no Facebook, sua opinião em relação à operação contra o ex-presidente Lula, na sexta-feira (04). O Vermelho reproduz abaixo o texto em que o ex-minstro afirma que a operação Lava Jato "passou dos limites" e "se transformou em ameaça para todos, e em uma causa irresponsável do prolongamento da crise atual".
A investigação Lava está à beira de implodir em razão do delírio ideológico dos promotores e do Juiz por ela responsáveis.
Por Wanderley Guilherme dos Santos*
A Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam) emitiu nota, nesta sexta (4), na qual se solidariza com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela "ação injusta, arbitrária e ilegal do Juiz Sérgio Moro". No texto, a entidade repudia o que chamou de uma "afronta ao Estado Democrático de Direito" e convoca uma mobilização em defesa da democracia.
O jurista e professor titular da Faculdade de Direito da USP, Gilberto Bercovici, disse, nesta sexta (4), que ocorreu claro “abuso” na condução da 24ª fase de Operação Lava Jato. Ao analisar o atual momento do país, ele afirmou que há “um desrespeito pleno, completo e absoluto” a todas as garantias constitucionais. “A Constituição de 1988 não vigora mais”, declarou. E defendeu que apenas a mobilização popular pode barrar um retrocesso em conquistas democráticas e sociais.
Por Joana Rozowykwiat
A federação Única dos Petroleiros (FUP) emitiu nota denunciando as manobras da direita através da Operação Lava Jato, que chega em sua 24º fase. A mando do Juiz Sérgio Moro, o ex presidente Lula foi levado em mandado de condução coercitiva para prestar depoimento na manhã desta sexta-feira (4).
O Produto Interno Bruto (PIB) – soma de todos os bens e serviços produzidos no país – teve queda de 3,8% em 2015, a maior desde o início da série histórica atual, iniciada em 1996, sem ajuste sazonal. A crise política, a queda do consumo e, principalmente, os impactos da Operação Lava Jato estão entre as causas da recessão. Do total da queda no PIB, de 2 a 2,5 pontos percentuais resultaram da crise da Petrobras e da cadeia de petróleo e gás, segundo cálculo da 4E Consultoria.
A expansão das empreiteiras brasileiras para o exterior se deu a partir do governo militar, com a ida da Mendes Júnior ao Iraque em um jogo cruzado com a Petrobras e sua trading Interbras: o Iraque passou a ser o maior fornecedor de petróleo bruto ao Brasil e, em troca, comprava automóveis, material bélico e serviços de engenharia, incluindo equipamentos brasileiros como geradores, bombas de grande porte, compressores, máquinas de construção.
Por André Araújo
Hoje em dia é quase proibido ser petista no Brasil. Qualquer pessoa que seja identificada como militante ou simpatizante do PT é agredida verbalmente e corre o risco de ser agredida fisicamente. As agressões verbais de que foi alvo Chico Buarque são apenas um exemplo do que vem ocorrendo com milhares de pessoas pelo país afora.
Por Aldo Fornazieri*, no GGN
A função das penas judiciais nas sociedades civilizadas não é apenas punir quem comete crimes. A função mais importante é passar a mensagem para toda a sociedade de que “o crime não compensa”, dissuadindo a todos de cometerem delitos.
Por Helena Sthephanowitz, para a RBA