Relatório oficial segue a linha bolsonarista e cita a legítima defesa como “excludente de ilicitude” para pedir a não punição dos PMs
Principal causa da tragédia não foi a chuva – mas, sim, as precárias políticas antienchente do PSDB nos governos estadual (gestão João Doria) e municipal (gestão Bruno Covas)
Na efervescência de 1968, Pier Paolo Pasolini (1922-1975), cineasta e poeta, italiano e comunista, escreveu que, entre os estudantes e os soldados que os reprimiam, ele ficava com os segundos, filhos da classe operária – e não da burguesia. Era um equívoco, como equivocado estava o então presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo, Lula, quando disse, ao programa Vox Populi, da TV Cultura, em 1978, que não queria misturar estudante com operário no ABC paulista.
Por Juca Kfouri*
Cada vez mais à direita na cena política nacional, o ex-social-democrata PSDB vai escancarar sua feição mais conservadora sob o comando do governador paulista, João Doria. Segundo a Folha de S.Paulo, o congresso nacional do PSDB, neste sábado (7), em Brasília, trará acenos ao eleitorado bolsonarista, além de mais ataques aos servidores públicos e a outros segmentos.
Moradores da Favela de Paraisópolis que presenciaram o massacre que matou nove pessoas que participavam de um baile funk, na madrugada deste domingo (1/12), desmentem a versão da polícia. Falando para o Viomundo na condição de anonimato, por temerem represálias dos policiais, moradores contam que as vítimas não morreram pisoteadas como a mídia chegou a informar inicialmente.
Por Lúcia Rodrigues
Sem demonstrar sensibilidade com a criminosa ação da Polícia Militar que resultou no genocídio de nove jovens inocentes na comunidade de Paraisópolis, o governador João Doria rasgou elogios à sua política de segurança pública. As nove vítimas morreram pisoteadas. “São Paulo tem uma polícia preparada, equipada e bem informada”, disse o tucano no Rio de Janeiro, durante a solenidade de filiação do ex-ministro Gustavo Bebianno ao PSDB. Duas horas antes, nas redes sociais, Doria lamentou o massacre.
Não há diferenças essenciais entre o governador de São Paulo João Doria Jr., o do Rio de Janeiro, Wilson Witzel. Ambos privilegiam o genocídio ao estimular a violência policial com o excludente de ilicitude, com a mudança de critérios de promoção, deixando de computar a letalidade como ponto negativo.
Por Luis Nassif
Uma desastrosa e truculenta ação da Polícia Militar (PM) do governo João Doria (PSDB-SP) deixou nove pessoas mortas neste domingo (1) durante um baile funk na comunidade de Paraísopolis, na zona sul de São Paulo. Todas as vítimas morreram pisoteadas, numa demonstração da irresponsabilidade com que a gestão tucana intensificou a repressão nas periferias da capital. Participantes do baile negaram a versão da PM – segundo a qual policiais agiram em resposta a criminosos que se esconderam na festa.
Um é policial, Thiago Santos Sudré. O outro, Miguel Gustavo Lucena de Souza, um menino de apenas 12 anos. Na sexta-feira 6 de setembro, os dois voltaram a se encontrar num parque de diversões em São José dos Campos, interior de São Paulo. Resultado: mais uma morte violenta movida por policiais para as estatísticas.
Por Marcos Aurélio Ruy
A 9ª Vara da Fazenda Pública do Tribunal de Justiça de São Paulo determinou, nesta terça (10), que o governador João Doria (PSDB) suspenda o recolhimento de apostilas destinadas aos alunos do 8º ano do ensino fundamental da rede pública estadual e que devolva o material já recolhido no prazo de 48 horas. De acordo com a decisão, em caráter liminar, o recolhimento de apostilas que já estavam sendo usadas pelos alunos causa danos aos cofres públicos e deve ser revertido.
Por Leonardo Sakamoto
O derretimento prematuro do governo Jair Bolsonaro (PSL) estimula o governador paulista João Dória (PSDB) a se posicionar como alternativa da direta para as próximas eleições presidenciais – mas com perfil “civilizado”. É o que analisa o cientista político Jairo Nicolau, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em entrevista ao Brasil de Fato. “O Dória percebeu que ele pode aparecer em 2022 como o verdadeiro Bolsonaro – um Bolsonaro que sabe falar francês, não agride as pessoas”, diz Jairo.
A filiação do deputado federal Alexandre Frota ao PSDB, vergonhosamente comemorada como um “gol de placa” pelo governador paulista João Doria, tem efeitos mais simbólicos do que práticos. Afora sua expressiva votação nas eleições 2018, o parlamentar pouco agrega ao tucanato em termos político-eleitorais. Sua migração, no entanto, emite um recado cifrado do novo líder do PSDB ao presidente Jair Bolsonaro – de cujo partido, o PSL, Frota foi expulso na semana passada.
Por André Cintra