Na primeira tentativa do governo Bolsonaro de jogar papel efetivo no cenário internacional, o Ministério das Relações Exteriores fracassou. A diplomacia brasileira tentou fazer contatos nos últimos dias para sondar a disposição de China, Rússia e Turquia de romper com o regime de Nicolás Maduro e reconhecer o golpista Juan Guaidó como presidente encarregado da Venezuela. Esnobado – o que era previsível –, o Itamaraty desistiu da pretensiosa tentativa de mudar a postura dos três países.
Em apenas 45 dias sob o governo Jair Bolsonaro (PSL), o Itamaraty “antiglobalista” já é alvo de críticas generalizadas. Na opinião de Oliver Stuenkel, professor de Relações Internacionais da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (FGV-SP), a crise é de tal precocidade e envergadura que parte da comunidade internacional começou a evitar o Ministério das Relações Exteriores e elegeu o vice-presidente, Hamilton Mourão, como interlocutor preferencial.
Desde que tomou posse no Itamaraty, em 2 de janeiro, com um dos discursos mais prolixos e enfadonhos na história da República, Ernesto Araújo deixou clara a vocação para a retórica pretensiosa. Se a péssima repercussão de sua estreia como ministro de Relações Exteriores do governo Bolsonaro o inibiu, foi temporariamente.
Após apenas um mês de governo e em meio a um sem-número de polêmicas, a gestão Jair Bolsonaro (PSL) começa a enfrentar seus “fios soltos” mais explosivos. A primeira vítima foi o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, indicado ao cargo pelo filósofo ultradireitista Olavo de Carvalho. Ao que tudo indica, o próximo alvo é o vice-presidente, general Hamilton Mourão.
Um resumo diário das principais notícias do mundo.
O documento sai em defesa do Itamaraty.
Um resumo das principais notícias internacionais
Um resumo das principais notícias do mundo, por Ana Prestes.
Pouco mais de 48 horas após o anúncio da indicação do Embaixador Ernesto Araújo, para assumir a condução das relações exteriores no Brasil, já são incontáveis os artigos e textos opinativos em geral sobre o perfil do diplomata. Na grande maioria dos comentários registrados denota-se a perplexidade e a incredulidade diante da escolha.
Por Ana Maria Prestes*
Ernesto Araújo se espelha em "nacionalismo" de Trump, é contra o "marxismo cultural" e considera nazismo de esquerda.
Ernesto Araújo é fã de Trump, presidente em guerra com a China e as áreas ambiental e dos direitos humanos da ONU.
Por André Barrocal, da CartaCapital
Em artigo, Ernesto Araújo criticou o "marxismo cultural globalista" e enalteceu o republicano por defender Deus e o nacionalismo.