Michel Temer volta a mexer no tabuleiro e anunciou a que o Ministério da Defesa voltará a ser comandado por um militar, tirando Raul Jungmann do cargo para que assuma o provisório Ministério da Segurança Pública. As medidas devem ser oficializadas ainda nesta segunda-feira (26), por meio de medida provisória.
Exército é criticado por revistar mochilas de crianças e tirar fotos de moradores e seus documentos. Acostumados com truculência da PM, muitos elogiam abordagem, mas dizem que de nada adiantará.
Por Felipe Betim
O sociólogo Jessé Souza, autor do best-seller "A elite do atraso", avalia que a intervenção militar no Rio de Janeiro é uma aula de sociologia a céu aberto, com moradores das favelas sendo fichados por soldados, que também vêm das periferias. Segundo ele, o "ódio ao pobre é a versão moderna do ódio ao escravo", que foi a marca do Brasil colônia.
No lançamento do Observatório da Câmara dos Deputados sobre a intervenção no Rio, neste sábado (24), a deputada federal (PCdoB-RJ) Jandira Feghali reafirma seu voto contrário à medida do presidente Michel Temer, critica improviso do governo federal no assunto e cobra transparência das ações junto à sociedade civil organizada. "O que cabe ao parlamento é fiscalizar e controlar quaisquer violações e garantir os direitos dos cidadãos pretos, das favelas e das periferias, disse.
"Há clara ameaça aos direitos humanos. Não é preciso ser especialista para prever que vidas inocentes serão ceifadas. É urgente que se apresente um Plano Nacional de Segurança Pública. O debate aprofundado sobre uma agenda com começo, meio e fim precisa ocorrer. Só assim a população vai resgatar seu direito constitucional à paz e à segurança", afirmou em artigo o deputado federal Orlando Silva e líder do PCdoB na Câmara dos Deputados.
A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro se manifestou contra o 'fichamento' de moradores de comunidades fluminenses, ação engendrada por militares das Forças Armadas. Segundo a Defensoria lembra, em sua nota, a abordagem indiscriminada de cidadãos está em desacordo com a Constituição Federal, violando direitos fundamentais.
A pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, deputada estadual Manuela D´Ávila (RS), cumpre extensa agenda de compromissos no Recife (PE), onde nesta sexta-feira (23) participou de debates, encontros e concedeu entrevistas para uma série de veículos no estado.
Por Dayane Santos
A virada para austeridade trouxe um recrudescimento esperado da violência. O direito penal prevê a legítima defesa em caso de tentativa de homicídio. Como tratar os que cometem pequenos delitos para se defender da fome que também mata?
Por Gustavo Noronha*
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, nesta sexta-feira (23), Michel Temer afirmou que o seu governo cogitou uma intervenção federal total no Rio de Janeiro. O discurso demonstra que Temer quer mesmo surfar na onda do terror. O decreto assinado no dia 16 de fevereiro, estabelece a intervenção federal na área de segurança pública do Rio, passando o comando das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros para o comando do general do Exército Walter Sousa Braga Netto.
"Se Villas Bôas acha que está entrando em uma guerra, o trabalho começa equivocado e tende ao desastre. A complexidade da violência no Rio, e em todo o País, não será resolvida com tanques, balas e mais mortes, mas com inteligência e planejamento que estabeleça inversão na relação entre governo e as regiões mais pobres. O domínio do tráfico é reflexo da omissão tanto pública como de uma elite econômica que não enxerga responsabilidade nessa tragédia”.
Por *Ítalo Coriolano
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou nesta quinta-feira (22) ser "plausível" que organizações criminosas migrem para outros estados com a intervenção militar na segurança pública no Rio de Janeiro. De acordo com o titular da pasta, onde a atuação das forças de segurança se mostra efetiva, a atividade criminosa costuma se deslocar.
A exemplo do que adiantou o professor doutor na Universidade de Brasília (UnB), Marcelo Neves, em entrevista ao GGN, os riscos de a intervenção federal do presidente Michel Temer no Rio de Janeiro se expandir a outros Estados já estão se materializando, aos poucos.
Por Patricia Faermann