"A gota d’água que me levou a redigir essa carta foi a ordem de Vossa Senhoria para que os pastores orientassem politicamente seus fiéis com base em preceitos morais, tendo em vista a eleição para a Presidência da República que ocorre no próximo domingo (31/10/2010). Bem, para mim o único preceito válido é o do Estado laico e considero um absurdo completo a Igreja se pronunciar sobre isso", protesta Maíra Kubík Mano em carta dirigida ao papa Bento XVI. Veja, abaixo, a íntegra da carta:
O papa Bento 16 disse nesta quinta-feira (28) em Roma que é dever dos bispos brasileiros intervir na campanha política para condenar o aborto. O pontífice afirmou ainda que descriminalização desse procedimento representa uma traição aos ideais democráticos.
O papa Bento XVI admitiu neste domingo (19), em Birmingham, na Inglaterra, o indisfarçável: que os escândalos de pedofilia atingem a credibilidade da Igreja.
Em manifestação diante da rainha britânica Elizabeth II, chefe da Igreja Anglicana, na cidade de Edimburgo, Escócia, o papa católico Bento XVI vociferou contra o que chama de "secularismo agressivo", por, segundo alega, "não apreciar ou sequer tolerar" os alegados "valores tradicionais". Ao mesmo tempo, teve de suportar as manifestações de vítimas de abusos sexuais cometidos por membros da Igreja.
Ao afirmar no avião que o transportou a Portugal que “Os ataques contra a Igreja e o Papa não vêm apenas do exterior, os sofrimentos vêm do interior da Igreja, do pecado que existe na Igreja”, Bento XVI procurou sacudir as imensas responsabilidades que têm na proteção dos sacerdotes que abusaram pessoalmente de milhares de crianças confiadas à responsabilidade da Igreja.
Por Sara Flounders*
O Vaticano está enredando-se cada vez mais nas suas contradições. Sem conseguir justificar o fato de que muitos sacerdotes eram pedófilos, nem a omissão da alta hierarquia católica face a essa prática, agora resolveu abrir outra frente na batalha de opinião pública (que está perdendo de goleada!).
Por Celso Lungaretti