Na sexta-feira (21), o golpe de Estado que derrubou e expulsou de Honduras o presidente Manuel Zelaya – e impôs Roberto Micheletti como mandatário provisório do país – completou 55 dias. Em entrevista por e-mail, a Organização Fraternal Negra Hondurenha (Ofraneh), entidade que compõe a frente de resistência, avaliou que o golpe já vinha sendo arquitetado há pelo menos dois anos, quando o país aderiu à Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América).
O golpe militar articulado pelas oligarquias nacionais hondurenhas fez com que o povo hondurenho se conscientizasse da luta de classes que existe em seu país. Este é o ponto de vista do líder da resistência pacífica ao golpe em Honduras, Gilberto Rios, que desde o início da investida militar tem articulado manifestações pacíficas em todo o país e, em visita ao Brasil nesta semana, concedeu entrevista exclusiva sobre o golpe.
A obstinação de Micheletti foi encorajada por aqueles que vêem a crise em Honduras como uma chance de interditar o avanço da esquerda na América Latina. Um mês e meio depois de Zelaya ter sido afastado, o pequeno e desesperadamente pobre país da América Central se tornou palco de uma grande batalha que poderá desenhar a política hemisférica, inclusive a política externa de Barack Obama, para os próximos anos. A fixação em Chávez é muito útil para desviar a atenção da pobreza que corrói a região, bem como do fracasso do modelo econômico neoliberal promovido por Washington nas últimas décadas.
Por Greg Grandin*, em The Nation
Embora dizendo que não duvida das boas intenções de Barack Obama, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, afirmou neste domingo que Barack Obama, está "perdido em um labirinto". O anúncio de que os Estados Unidos terão sete bases militares na vizinha Colômbia e o repúdio ao golpe em Honduras foram os temas de política externa de Chávez em seu programa dominical de TV, Alô Presidente.
Eles estão sozinhos e cercados, As patrulhas da polícia hondurenha e os caminhões do exército rodeiam dia e noite a comunidade camponesa de Guadalupe Carney. Paramilitares, à paisana e com armas de guerra, se aproximam da entrada do povoado no norte hondurenho para exigir que entreguem os supostos militares venezuelanos que, segundo a ditadura, os moradores escondem.
Por Por María Laura Carpineta, no Página 12*
A dura repressão das tropas de choque e os amplos deslocamentos militares em Honduras não lograram deter a resistência popular, segundo afirmaram neste sábado (15) dirigentes do movimento oposicionista. Membros da direção geral da Frente Nacional Contra o Golpe no norte do país confirmaram que a população voltará a sair às ruas.
O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) entregou ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que visitou o Senado nesta quarta-feira (12), cópia de moção de solidariedade assinada pelo Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz) e subscrita pela União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e pela União Nacional dos Estudantes (UNE).
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que estava presente à reunião, Lula disse que vai falar com Obama sobre a questão, porque o Brasil entende que os golpistas só entenderão que não terão futuro no governo hondurenho com um recado claro dos Estados Unidos, por conta da vinculação econômica entre os dois países.
O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, que está em visita ao Brasil, esta semana, recebeu apoio do Cebrapaz e movimentos sociais, sindicais e estudantis na manifestação em frente à Embaixada de Honduras, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (12). Os manifestantes consideram o golpe militar um risco para a paz e a democracia em toda a América Latina.
Durante a travessia do Granma, barco que, em 1956, conduziu, do México ao litoral de Cuba, 82 guerrilheiros que iniciariam os combates culminados na vitória da Revolução (1959), um deles, à noite, caiu no mar. Houve discussão a bordo. Uns opinavam que o desembarque não poderia sofrer atraso, sob pena de serem apanhados pela repressão. Em nome da causa se impunha o sacrifício do companheiro…
Por Frei Betto*, no Alai
O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deposto no golpe de 28 de junho, elogiou o apoio do Brasil para que volte ao cargo. Zelaya desembarcou em Brasília, onde se encontra com presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (12). Ele também reclamou que os Estados Unidos mostram-se "tíbios" e poderiam fazer mais para pressionar os golpistas.
Há 45 dias afastado do cargo, o presidente deposto de Honduras, José Manuel Zelaya, chegou na noite desta terça-feira (11) ao Brasil, pedindo que os governos norte-americano e de países da América Latina adotem medidas mais enérgicas contra o grupo que assumiu o poder depois de ter liderado um golpe de Estado. Ele será recebido, na tarde desta quarta (12), pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.