Especialistas defendem em seminário que a perda gradual de controle estatal sobre estas empresas estratégicas impede a geração de excedentes para investir na sociedade, restringindo sua produção a geração de lucro para acionistas.
Para o geólogo Guilherme Estrella, discutir a Petrobras é discutir o Brasil como ocupação colonial estrangeira, desde que a Petrobras foi esquartejada em 2016 e vendida ao capital internacional na forma da BR Distribuidora, os gasodutos e refinarias.
A engenheira Magda Chambriard considera inadmissível a estatal vir a público ameaçar desabastecimento, como já fez, e também exigir que o acionista majoritário tenha que pedir autorização para o minoritário para fazer o que precisa ser feito. “Esse estatuto precisa ser revisto”.
Carlos Felipe Rizzo mostra como a reordenação das cadeias produtivas no mundo contribui para uma janela de oportunidade totalmente nova para a Petrobras, em relação a vinte anos atrás.
Hoje, a União tem controle de 62% do sistema Eletrobrás, que reúne empresas como Furnas, Eletronorte, Eletrosul, Cepel e outras.
“Embora Bolsonaro diga que tem menos de 50% de participação na Petrobras, ele tem 100% da culpa da inflação de combustíveis, porque nomeia os diretores picaretas, que fazem o jogo do mercado americano para vender os ativos”, diz o engenheiro da Petrobras, Fernando Siqueira.
O presidente da Fundação Maurício Grabois, Renato Rabelo, apresentou o tema do seminário “O Desmonte do Setor de Energia – Petrobras e Eletrobras – e os Caminhos para a sua Reconstrução”
Nos dias 23 e 30 de maio, o seminário discutirá o desmonte do setor energético a partir da tentativa de privatização da Eletrobras.
Num processo eivado de irregularidades, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, por 7 votos contra 1, o andamento do processo de privatização da estatal
Ministro Vital do Rego, que na última sessão apontou um valor subestimados da empresa em cerca de R$ 63 bilhões, voltou a apontar irregularidades no processo
Ministros do TCU debatem a autorização ou não do processo de privatização da estatal. Sem conhecer ainda o resultado da decisão, os eletricitários advertiram que novas batalhas vão ocorrer para barrar a privatização.
Manifestantes pedirão aos ministros que aguardem a conclusão de duas propostas de fiscalização e controle aprovadas na Câmara dos Deputados