Apoio “comprado” teria sido decisivo para derrubar Dilma. Ex-deputado citou 120 políticos e arrecadação milionária. Relato foi rejeitado por procuradores, que a acharam “superficial”
Procuradores da Lava Jato desconsideraram uma grave denúncia de manipulação de escolha do relator do processo de cassação do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso desde outubro de 2016. O relato da fraude foi feito por Cunha ao propor delação premiada. O procurador Orlando Martello mencionou supostas “bolas mais pesadas no sorteio da relatoria” do Conselho de Ética, conforme mensagens do Telegram obtidas pelo site The Intercept e analisadas pelo UOL.
Nova reportagem feita em parceria entre os repórteres Severino Motta, do BuzzFeed News, e de Leandro Demori, editor executivo do The Intercept Brasil, mostra que, na véspera da prisão do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha procuradores queriam a apreensão da prova, mas foram convencidos do contrário pelo então juiz Sergio Moro. Cunha guardava conversas com detentores de foro – o que poderia levar processo para o STF.
Há três anos, num domingo, o Brasil parou para assistir, na TV, a votação do impeachment de Dilma Rousseff. Foi o início do desastre que o país vive desde então.
Por José Carlos Ruy*
Nomeado ministro da articulação política, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), ainda não tomou posse, já que Temer adiou a cerimônia por conta de uma cirurgia para desobstrução da uretra, mas já discursa como tal e diz que não se arrepende de ter feito a defesa política do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), no caso das contas secretas na Suíça.
O senador Renan Calheiros (PMDB-AL) voltou a dizer que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-AL) continua mandando no governo Temer.
O governo recuou, mas tudo indica que Carlos Marun (PMDB-MS) deve assumir a Secretaria de Governo de Michel Temer. “Se ele quer nomear, deveria ter sido mais inteligente. Chega de intermediário, poderia nomear diretamente o Eduardo Cunha para ser o ministro da articulação política”, resumiu o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), ao comentar a indicação que integrava a tropa de choque do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Lava Jato.
Na tentativa de aprovar ainda este ano a reforma da Previdência, Michel Temer tenta recompor a base aliada e agradar os descontentes. Depois de uma conversa com o principal fiador do golpe, o senador Aécio Neves (PSDB-MG), nesta quarta-feira (22). Temer decidiu mudar o articulador político do Palácio do Planalto, nomeando o deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que integra a sua tropa de choque, para ministro da Secretaria de Governo em substituição ao tucano Antonio Imbassahy (BA).
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), falou sobre sua atual relação com o PMDB, pretensões políticas e sua possível recondução à Presidência da Câmara, entre outros assuntos.
Em delação premiada, o doleiro Lúcio Funaro, apontado como operador financeiro de lideranças da cúpula do PMDB ligada a Michel Temer, disse o que o Brasil inteiro já sabe: “Temer e Eduardo Cunha tramavam diariamente a saída da presidente Dilma Rousseff”. Ou seja, foi golpe.
Por Dayane Santos
O presidente Michel Temer, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o ex-deputado preso Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são líderes incontestes da repugnância dos eleitores. Pesquisa do Instituto Ipsos publicada no último sábado (26) no Estadão aponta uma surpresa: Mesmo com ataque midiático ferrenho, a taxa de desaprovação dos eleitores brasileiros em relação aos líderes do PSDB como José Serra, Geraldo Alckmin e FHC é maior do que a rejeição ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O senado Roberto Requião (PMDB-PR) criticou a defesa de um sistema parlamentarista por parte de Michel Temer."Querem tirar o poder do povo e entregar aos discípulos do Eduardo Cunha através do parlamentarismo. Diretas já!", disse o parlamentar em sua conta no Twitter.