A verdade dói, mas precisa ser dita, reza o provérbio popular. Os generais dizem que houve uma guerra e que tinham, portanto, o direito de fazer com os adversários o que bem entendessem. Uma guerra sem declaração, de uma minoria fardada e armada até os dentes contra o povo indefeso, que se algum crime cometeu foi o de ter protestado e lutado contra uma ditadura infame.
Por Angelina Anjos, especial para o Vermelho
Após 50 anos, o golpe militar de 31 de março de 1964 é uma lembrança a cada dia mais tênue na memória nacional, mas também uma história sem ponto final que ainda hoje contamina com rancor e ódio o ambiente político.
A derrubada violenta de Jango em 1964 foi antecedida, a exemplo do que se fez com Vargas dez anos antes, e da tentativa frustrada contra Lula, 41 depois, de uma campanha midiática de ódio e acusações de corrupção contra o seu governo e a sua pessoa.
Por Saul Leblon*, na Carta Maior
Estou com livro novo. Escrevi “1964 golpe midiático-civil-militar” para me divertir. Trabalhei como um cão, mas senti prazer. De que trata realmente meu livro? De como jornalistas e escritores hoje cantados em prosa e verso apoiaram escancaradamente o golpe: Alberto Dines, Carlos Heitor Cony, Antonio Callado, Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resend, Otto Maria Carpeaux, Rubem Braga e outros.
Por Juremir Machado, no Facebook
Sem dúvida, a juventude foi a principal atingida pelo golpe militar, que elegeu os jovens e seus sonhos como a maior ameaça, um inimigo a ser combatido. Cinquenta anos depois daquele trágico ano de 1964, a democracia voltou, mas os resquícios e efeitos colaterais daquele período ainda são entraves ao Brasil que a juventude deseja. Os sonhos daquela geração e desta ainda estão nas ruas. Como aconselha o rapper Criolo na canção “Samba, Sambei”: Não baixe a guarda, a luta não acabou!
Uma letra "T" grafada em vermelho na declaração de óbito servia para identificar os corpos dos militantes de esquerda mortos durante a ditadura militar (1964 – 1985) enterrados como indigentes no cemitério de Perus, em São Paulo. A denúncia foi feita nesta segunda-feira (24), pelo ex-administrador do cemitério (entre os anos de 1976 e 1992), Antonio Pires Eustáquio, durante um depoimento para a Comissão Nacional da Verdade na Assembleia Legislativa de São Paulo.
No ano que marca os 50 anos do golpe militar no Brasil, o PCdoB/DF fez uma homenagem ao líder estudantil desaparecido durante a ditadura.
Nesta terça-feira (18), o Tribunal de Justiça de São Paulo julgou improcedente, por 2 votos a 1, o pedido do Ministério Público de São Paulo, que recorreu de decisão proferida em 18 de abril de 2012, argumentando que “tortura é causa remota da morte, não podendo assim constar na certidão de óbito”. “É uma grande vitória para nós, mas, sobretudo para a família de João Batista Franco Drummond”, declarou ao Portal Vermelho o advogado Egmar José de Oliveira.
Joanne Mota, para o Vermelho
O Centro Cultural São Paulo realizará em 2014 diversas atividades para recordar os 50 anos do golpe civil-militar de 01 de abril de 1964, que mergulhou o Brasil num dos períodos mais sombrios de toda a sua história, e também os 30 anos da campanha popular pelas Diretas-Já, que levou ao fim do ciclo autoritário e ao começo de uma nova jornada em direção à democracia.
O site da União da Juventude Socialista apresenta a “Linha do Tempo – Ditadura 50 Anos Escuridão”, acreditamos que nada melhor do que relembrar deste duro e triste período de nossa história para que as futuras gerações lutem sempre para que isso nunca mais se repita em nosso país.