Defensores e defensoras de direitos humanos chilenos se mobilizam pela aprovação da nova lei que anula a Lei de Anistia no Chile, que tem protegido autores de violações de direitos humanos perpetradas durante o brutal regime de Augusto Pinochet, entre 1973 e 1990. "É um grande passo contra a impunidade”, afirma a Anistia Internacional.
O governo do Chile anunciou na noite desta quinta-feira (11) a revogação do decreto-lei aprovado durante a ditadura de Augusto Pinochet [1974-1990], que concede anistia aos agentes do regime. A medida será votada em caráter de urgência e poderá entrar em vigor até o final deste mês, já que o governo tem maioria nas duas casas.
O Chile amanhece nesta quinta-feira (11) em um misto de luto e tensões com as atividades que marcam o 41º aniversário do golpe que banhou o país em sangue e criou um ambiente repleto de atos violentos e terroristas.
Um juiz chileno ordenou a realização de duas novas perícias nos restos mortais do poeta Pablo Neruda para determinar se sua morte, ocorrida no dia 23 de setembro de 1973, está relacionada a um câncer ou a um possível assassinato pelos agentes do ex-general Augusto Pinochet.
A colaboração das igrejas cristãs brasileiras com a ditadura civil-militar de 1964/1985 será o tema do seminário nacional que o Grupo de Pesquisa sobre Movimentos, Instituições e Culturas Evangélicas na Amazônia/MICEA realizará na primeira semana de junho próximo no campus da Universidade Estadual do Pará, em Belém. O evento terá a participação de pesquisadores em Sociologia das Religiões, Teologia, Ciência Política e História.
Brasileiros vítimas de tortura no Chile reclamaram da omissão das autoridades diplomáticas nacionais e alertaram para o fato de agentes do Brasil terem ensinado técnicas de tortura e interrogatório aos chilenos. Os ex-presos políticos foram detidos no Estádio Nacional, em Santiago, transformado em campo de concentração de prisioneiros políticos após o golpe que derrubou o presidente Salvador Allende, em 1973.
O terceiro romance do escritor chileno Alejandro Zambra chegou este mês ao Brasil. Autor de Bonsai e A Vida Privada das Árvores, nesta obra Zambra trata da ditadura de Pinochet com o olhar de quem nasceu e viveu a infância sob o regime opressor.
A polícia chilena descobriu ossos humanos perto de um restaurante no sul do país que podem estar vinculados com a ex-colônia Dignidade, reduto alemão onde opositores foram torturados e desapareceram durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
Em 1966, quatro anos antes da eleição de Salvador Allende à Presidência do Chile, a ditadura brasileira se colocou à disposição para colaborar com um golpe de Estado contra um eventual governo da esquerda chilena. Na época, o Chile era presidido pelo democrata cristão Eduardo Frei Montalva, mas ainda assim o marechal Humberto Castello Branco e seus ministros demonstravam preocupação com os rumos do país.
Por Vitor Sion, na Opera Mundi
A condenação de policiais e militares chilenos por fornecer propositalmente alimentos inoculados com botulínica a presos políticos, é mais uma confirmação do DNA nazista da ditadura que tomou o poder no Chile anos atrás. A prática escabrosa, altamente emblemática do regime, matou alguns poucos opositores, mas ao que tudo indica só não se generalizou porque não houve tempo.
Por Percival Maricato*, no Jornal GGN
O Supremo Tribunal chileno confirmou a extinção do processo sobre a morte do ex-presidente Salvador Allende, falecido em 11 de setembro de 1973. Com a decisão, está encerrada a investigação iniciada há três anos pelo ministro Mario Carroza, para saber se houve participação de outras pessoas.
O Chile era o país mais politizado e de maior participação partidária na América Latina. Isso não resistiu aos 17 anos de ditadura do Pinochet, aos 20 anos dos governos moderados da aliança socialista-democrata cristão. E, alem disso, um sistema eleitoral distrital, que distribui os parlamentares entre os dois maiores blocos, excluindo as outras forças.
Por Emir Sader*, em seu blog