Em 2016, Justiça decretou a indenização de R$ 3,5 milhões a ser paga pelo governo estadual do Rio de Janeiro, que vem desde então recorrendo da decisão.
A Polícia Militar (PM) do Rio de Janeiro expulsou sete dos 12 policiais militares condenados pela tortura, morte e o desaparecimento do corpo do pedreiro Amarildo de Souza em 2013. As exclusões dos policiais, que trabalhavam na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha na época da ocorrência, foram publicadas no Boletim Interno da corporação, divulgado na quarta-feira (24).
A 35ª Vara Criminal do Rio de Janeiro condenou 13 dos 25 policiais militares acusados da tortura e morte do pedreiro Amarildo de Souza, em 2013, na Rocinha, na zona sul da cidade. Entre eles está o ex-comandante da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha major Edson Santos, condenado a 13 anos e sete meses de prisão pelos crimes de tortura e ocultação de cadáver.
O Inquérito Policial Militar (IPM) sobre o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza deve ser concluído e entregue à Corregedoria da Polícia Militar na próxima semana. De acordo com informações do Portal Terra desta sexta-feira (21).
A Justiça fluminense declarou nesta terça-feira (4) a morte presumida do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido após ser levado para averiguação por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha, no dia 14 de julho de 2013.
O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Felix Fischer, negou liminar a dois policiais militares denunciados por envolvimento no desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza. A decisão foi publicada sexta-feira (10) no site do STJ na internet.
A experiência da violência de Estado por parte da classe média branca pode explicar a ampla rede de solidariedade ao caso do negro pobre da Rocinha, inexistente ou irrisória no cotidiano da violência policial contra as classes populares. Sem essa rede, a imprensa e o sistema de justiça poderiam ter reagido de modo diverso do habitual, como tem ocorrido?
Por Mateus Utzig*, no Brasil de Fato
Cerca de 50 pessoas, entre parentes, amigos e membros de organizações não governamentais (ONGs), acompanharam neste sábado (2), Dia de Finados, a família do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, em uma caminhada até a sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), no alto da comunidade da Rocinha, onde fizeram o enterro simbólico de um manequim, que representava Amarildo. No dia 14 de julho, Amarildo foi levado por policiais da UPP para averiguação até a base da unidade e desapareceu.
Quatro policiais militares – todas mulheres – afirmaram ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) que foram obrigadas por superiores a ocultar provas da tortura ao ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, além de terem recebido ordens para mentir aos investigadores do caso.
Um dia após o Ministério Público divulgar com detalhes como o ajudante de pedreiro Amarildo de Souza foi torturado e morto por policiais da UPP da Rocinha, parentes da vítima contaram que vêm sendo hostilizados por PMs na favela. O sargentos da Polícia Militar do Rio Reinaldo Gonçalves e Lourival Moreira e o soldado Wagner Soares se apresentaram na tarde desta quarta-feira (23) no Quartel General da PM, no Centro do Rio.
Os blogs Cafezinho e Megacidadania e o núcleo fluminense do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé iniciaram uma campanha para que a Ponte Rio-Niterói tenha seu nome trocado de Ponte Presidente Costa e Silva para Ponte Amarildo de Souza.
"Ae, X-9, vou te pegar e fazer com você o mesmo que eu fiz com o 'boi'. Fica esperto." No jargão popular das comunidades, X-9 é quem delata e o "Boi", na ocasião, é o auxiliar de pedreiro Amarildo de Souza, desaparecido da maior favela do Brasil, a Rocinha, desde o dia 14 de julho.