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Puchkin: O Prisioneiro

*

Estou trás as grades de úmida prisão.
Águia jovem criada nesta servidão,
Triste companheiro meu, a asa a agitar,
Sangrenta ração se dispõe a bicar.


 


 


Mas logo a rejeita, e olha através do vão
Qual se a meditar em minha solidão.
Atrai com a olhada e o grito peculiar
E quer proferir: “Ponhamo-nos a voar!


 


 


Livres somos nós; é hora, é hora, irmão!
Ao cimo que alveja trás o nimbo, então,
Ao ponto em que o azul aos mares se estendeu,
Ao em que passeamos, sós, o vento… e eu!”


 


(1822)


 


Poesia de todos os tempos – Puchkin
Poesias escolhidas edição bilíngüe
Organização e tradução José Casado
Editora Nova Fronteira