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Lucia Ana: Em Pedro II, a Grande Arte é a do Encontro

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Era meio-dia e sentia o vento fresco invadindo o carro. Significava que me aproximava de Pedro II. A chegada à cidade surpreende pelo maravilhoso clima de serra. O açude da Joana, do lado direito, e o portal na entrada da cidade dão as boas-vindas aos visitantes.
                   


 


Junho de dois mil e sete. Chegava para o IV Festival de Inverno de Pedro II/PI. A programação não podia ser melhor: música, gastronomia, ecoturismo, artesanato, cultura e negócios. Tudo preparado com muito requinte.
                   


 


Segui direto para casa. Ali deixei a bagagem e fui almoçar no “Arlindo”, restaurante que tem o nome do seu chefe. Aqui preciso fazer um parêntese, comida da melhor qualidade, um baião-de-dois delicioso,  o churrasco perfeito e a galinha caipira ao molho pardo, consagrando a tradição da boa cozinha de minha terra. Em Brasília se come muito bem, mas depois do almoço no Arlindo. Hummmmm… penso que em Pedro II, se come melhor ainda – talvez o irresistível sabor do aconchego. Certamente pela atenção e cortesia do próprio. Ali no restaurante estava com a família e  começei a encontrar amigos que também chegavam para o festival. O almoço  transformou-se em belos momentos,  reencontros que nos fortalecem.
                  


 


Depois andei um pouco. O centro da cidade era um museu a céu aberto, as ruas limpas,  casas coloridas, praças,  barracas, os bares,  botecos, enfim, tudo na mais perfeita sintonia. Era a cidade preparada para o grande evento.
                  


 


Andei pelas ruas saboreando cada detalhe. Muita gente desconhecida, turistas, pessoas das mais diferentes cidades, homens e mulheres mostravam peças do artesanato local. As redes e  mantas de fios coloridos  embelezavam  janelas – pequenas artesãs expondo  sua arte. Enquanto andava pelas ruas, sentia o cheiro forte da cidade. Acredito que se chegasse a Pedro II, de olhos vendados,  a reconheceria pelo seu perfume. Aroma de sonhos que carrego comigo desde os  tempos de menina. Minha cidade tem este poder de sedução e eu me embriaguei com aquela atmosfera cultural.
                  


 


A musicalidade que chegou com a noite encantou a multidão. O palco na praça da Bonelle, praça que se firmou como ponto de eventos musicais, vibrou ao som do blues, jazz e música clássica. Ali estavam os amantes da boa música e aqueles que pela primeira vez eram presenteados com os acordes maravilhosos que enchiam a cidade de vida. O público que lotava a praça ouvia atento aquela música que fugia do costumeiro ritmo da cidade. Em cada barraca, em cada mesa, bate-papos, abraços, apresentações, confraternizações  e ouvidos concentrados no som que penetrava os corpos.
                 


 


E quando na madrugada a cidade adormeceu embalada pela beleza daquela sinfonia, tive a certeza que em Pedro II, a Grande Arte é a do Encontro!