Sem categoria

Adalberto Monteiro: Louvor ao café

*

Faz frio.
Se não bastasse a carne,
a alma está gélida.
O ânimo arrefece
e os olhos
recusam o sol.


 


Vou à cozinha
e preparo um café.


 


Esfumaçante,
gole a gole,
num ritual sagrado
ele adentra o corpo.
O sangue adquire calor.
A alma se anima.
A vida volta, intensa.


 



Adalberto Monteiro
Verbos do Amor & outros versos
Goiânia, 1997