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Adalberto Monteiro: A cidade

*

Os amigos estão além
Dos meus gritos de socorro.
E os astros quando chegarem
Talvez seja tarde.
Resta, então teu colo, cidade minha.
Percorro tuas avenidas
Como um neto percorre
As largas e azuis artérias da avó.
Ah! cidade minha, abraça-me,
Ofereça-me uma xícara de café,
Os meus pulsos estão gelados.
Abra as portas de teus bares,
Abra uma garrafa de conhaque
E descongela a calota polar
Que se tornou meu coração!


 


 


As delícias do amargo & uma homenagem: poemas
Adalberto Monteiro
Editora Anita Garibaldi – edição 2005