Manuela d'Ávila fala sobre Fake News e Lula Livre em Alagoas

A ex-deputada federal e escritora Manuela d'Ávila participou na tarde deste domingo (10) da 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas. Além de política, fake news, feminismo, ex-presidente Lula, caso Mariele e Vaza Jato, Manuela também fez o lançamento do seu novo livro. Segundo a imprensa local, Manuela emocionou o público alagoano com seu discurso de resistência. Milhares de pessoas participaram de sua palestra.

Manuela em Alagoas - Foto: Itawi Albuquerque / Divulgação

"O Nordeste é esperança de que isso que isso que está acontecendo em nosso país não dá mais", disse Manuela, que foi bastante aplaudida.

Manuela falou ainda sobre a falta de credibilidade das informações durante a eleição. Falou contra a “fake News” e os discursos de ódio e detonou mentiras como o meme 'mamadeira de piroca', bastante divulgado na última disputa presidencial do Brasil.

"A “fake News” reforça um comportamento, ou pensamento retrógrado, que já existe na sociedade", disse Manu.

“Voltar para casa e lidar com a minha família é a minha saúde mental. Porque eu e demais lideranças da esquerda somos bombardeados por mentiras a todo o instante. Nos tratam como monstros, agridem a gente, nossas famílias", desabafa.

"Inventaram que eu tinha comprado meu enxoval em Miami (nos Estados Unidos), cidade que eu nem conheço", complementou. Ela comentou ainda sobre a liberdade do ex-presidente Lula. "Eu vim celebrar com vocês a liberdade maior dos brasileiros".

A bienal contou com debates, apresentações culturais, bate-papo com escritoras e escritores, lançamentos e feira de livros, oficinas, arte de rua, contações de histórias e shows de música.

Falando aos jornalistas

Durante coletiva com jornalistas na Associação Comercial de Maceió, Manuela explicou que a publicação foi mais uma maneira que encontrou para explicar às pessoas em geral os motivos que levam as mulheres a erguerem a bandeira pró-feminista, especialmente num momento delicado da vida pública do País.

"Quem ainda não se reconhece como uma mulher feminista ou não se enxerga nas pessoas que estão falando sobre o assunto precisa saber: no feminismo tem espaço para você construir a sua caminhada", disse ela. "É um livro que busca responder os reflexos que o feminismo desperta hoje na nossa sociedade. Vivemos tempos estranhos, não só no Brasil mas pelo mundo afora, e resolvi escrever este livro para que o público – especialmente as mulheres – se sinta acolhido", completa.
Manuela falou sobre os discursos de ódio. "Essa incitação à violência e a agressão, endossada por um presidente que está 26 anos na vida pública e nunca fez nada, só agrava a situação. Como pessoa pública, somos assediados a todo instante para fotos, e numa dessas circunstâncias o medo que faz é levar uma facada, um tiro, porque a gente nunca sabe quem está no meio da multidão, misturado a muita gente de bem", comentou.

Vaza Jato e caso Marielle

Para Manuela d’Ávila, outra situação que também a incomoda, além das fake news, é o fato das reportagens do Intercept Brasil ainda não terem sido usadas para punir o ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, por conta da parcialidade com que julgou o ex-presidente Lula e demais agentes envolvidos na Operação Lava Jato.

"São inúmeros conteúdos vazados e que parecem não abalar a quem de direito para punir toda aquela falta de imparcialidade. Como pode um promotor errar e não ser punido? Porque não vemos tantas pessoas serem punidas? O que me preocupa é a impunidade de um juiz", reclama. "Outro ponto: ninguém está preocupado com a punição de quem matou Marielle Franco. Há ligações de Bolsonaro com as milícias e ninguém faz nada, não investiga. Essa sensação de impunidade é que me preocupa", lamenta.

Livro

Manuela fez o lançamento do seu mais novo livro “Por que Lutamos? Um livro sobre amor e liberdade”, cuja pauta central é o feminismo, é a 11ª obra na lista dos 20 livros mais vendidos na categoria Não Ficção da Revista Veja.