País cresce apenas 0,4% no 2º trimestre; “pibinho” confirma estagnação

O PIB (Produto Interno Bruto) do País cresceu apenas 0,4% no 2º trimestre deste ano em relação aos três meses anteriores. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa positiva afastou a possibilidade de nova “recessão técnica”, termo usado por economistas quando há dois trimestres consecutivos de queda na atividade. No 1º trimestre, houve recuo de 0,2%. Mas a economia prossegue estagnada, sem perspectiva de reação.

Crise

Em valores correntes, o PIB brasileiro – que representa, em valores monetários, todos os bens e serviços finais produzidos no País em determinado período – chegou a R$ 1,78 trilhão. O indicador serve para medir a atividade econômica e riqueza de uma região.

O resultado divulgado pelo IBGE, embora positivo, vem em um cenário claro, que aponta fraco ritmo de recuperação da atividade – o que levou a revisões bem menos otimistas para o PIB. Economistas consultados pelo BC no Boletim Focus esperam alta de 0,8% em 2019. O Ministério da Economia também revisou sua previsão para 0,81%. No início do ano, porém, tanto o governo quanto o mercado falavam em 2,5%.

Na comparação com igual período de 2018, o PIB cresceu 1%. Já no acumulado do ano, a alta foi de 0,7%. Em 2017 e 2018 a atividade cresceu 1,1%, após dois anos de queda: de 3,5% em 2015 e de 3,3% em 2016.

O resultado foi puxado, principalmente, pelos ganhos da Indústria. O setor apresentou alta de 0,7% em relação aos três meses anteriores. O crescimento se deve à expansão de 2% das indústrias de transformação e de 1,9% na construção. Mas o setor ainda sente os efeitos do rompimento da barragem da Vale, em janeiro. As indústrias extrativas registraram queda de 3,8% no período. A avaliação do IBGE é que a paralisação de algumas barragens e as chuvas no Pará no período, região importante para a atividade, implicaram no desempenho do setor mineral.

No mesmo período, o setor de Serviços cresceu 0,3%. O resultado deve-se à expansão das atividades imobiliárias (0,7%); comércio (0,7%) e informação e comunicação (0,5%). Na outra ponta, a Agropecuária recuou 0,4% no trimestre. Também registraram queda o consumo do governo (-1%) e as exportações (-1,6%).