Economia brasileira desce a ladeira

Não há sinais de recuperação. Pelo contrário; os números são desanimadores.

Os indicadores econômicos do Brasil não dão sinais de recuperação. Pelo contrário. A Agência Brasil informa que a estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – caiu de 2% para 1,98% este ano. Foi a quinta redução consecutiva. Para 2020, a estimativa de crescimento do PIB recuou de 2,78% para 2,75% na segunda redução consecutiva. As projeções de crescimento do PIB para 2021 e 2022 permanecem em 2,50%. Os dados são do “Boletim Focus”, com projeções econômicas, divulgado às segundas-feiras pelo Banco Central.

A Agência Brasil informa também que o Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), caiu 2,7 pontos de fevereiro para março deste ano. Com a queda, o indicador chegou a 94 pontos, em uma escala de zero a 200, o menor nível desde outubro de 2018. O índice ficou 0,5 ponto abaixo de março do ano passado. O ICE é calculado com base em entrevistas feitas com empresários dos setores da indústria, de serviços, do comércio e da construção.

O Índice de Situação Atual, que mede a confiança dos empresários no presente, caiu 1,5 ponto em março, para 89,9 pontos, voltando ao nível de novembro de 2018. Já o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, caiu 2,9 pontos e fechou o trimestre em 98,1, o menor nível desde outubro do ano passado.

Todos os setores tiveram queda da confiança de fevereiro para março: indústria (-1,8 ponto), serviços (-3,5 pontos), comércio (-3,2 pontos) e construção (-2,5 pontos). Em março, a confiança avançou somente em 22% dos 49 segmentos que integram o ICE. No mês passado, a disseminação de alta havia alcançado 41% dos segmentos.

Estoques nas indústrias

O Globo G1 informa que os estoques estão subindo na indústria, um indício de que as vendas estão ruins. Logo, é provável que haja mais demissões no setor. O quadro atual de fraqueza da indústria brasileira pode se agravar nos próximos meses. Neste início de ano, os estoques das fábricas voltaram a crescer. Estoques maiores significam que as indústrias produziram mais do que foi vendido, e que podem reduzir a produção nos meses seguintes – o que acende a luz a amarela do setor e, por ora, ajuda a minar as expectativas de uma recuperação no curto prazo.

Em fevereiro, o estoque efetivo das empresas em relação ao que planejado subiu para 51,1 pontos, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Foi o segundo aumento seguido e o nível mais alto desde setembro do ano passado, quando as expectativas da indústria eram mais favoráveis e havia a expectativa de uma retomada mais vigorosa.

Enquanto isso, a taxa de desemprego no Brasil voltou ao patamar de meados do ano passado ao subir para 12,4 por cento no trimestre encerrado em fevereiro, e o país voltou a ter mais de 13 milhões de desempregados, com dispensas das vagas temporárias de fim de ano e aumento da procura por vagas. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que esse resultado é o mais alto desde o trimestre encerrado em junho do ano passado, quando a taxa também foi de 12,4 por cento.