Conselho da EBC: Comunicação pública sem intervenções indevidas

O Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) divulgou nota nesta quinta-feira (2) em apoio à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que deferiu mandado de segurança pelo retorno de Ricardo Melo ao cargo de diretor-presidente da empresa. “Neste momento de intranquilidade do país, o direito da sociedade a um sistema de comunicação pública protegido contra intervenções indevidas de governo e livre das imposições do mercado deve ser assegurado”, diz a nota.

EBC ato em Brasília - Dayanne Holanda e Gioconda Bretas/Jornalistas Livres

Exonerado por Michel Temer em 17 de maio, Melo obteve liminar, que anulou a exoneração. Ele aguarda ser notificado pela justiça para retomar a função na EBC.

Confira a nota na íntegra:

 
O Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) saúda a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli que nesta quinta-feira (02) deferiu liminar em favor do mandato do presidente da EBC, Ricardo Melo. O jornalista poderá reassumir seu mandato conforme previsto na Lei nº 11652/2008.
 
No dia 17 de maio, o presidente interino Michel Temer exonerou o jornalista Ricardo Melo da presidência da EBC. O Conselho Curador da EBC se manifestou imediatamente de forma contrária à exoneração, tendo estabelecido diálogos com parlamentares, movimentos sociais, trabalhadores e o próprio STF, em audiência com o ministro Toffoli. 
 
Na última terça-feira (31), em reunião plenária, o colegiado fez um apelo para que o Judiciário se manifestasse, "na urgência que as circunstâncias exigem para que todos possam contribuir para a construção e o fortalecimento de um Brasil melhor, com uma comunicação mais democrática".
 
Diante do deferimento do pedido de liminar, o Conselho Curador reafirma sua defesa incondicional da comunicação pública e da lei que criou a EBC. Neste momento de intranquilidade do país, o direito da sociedade a um sistema de comunicação pública protegido contra intervenções indevidas de governo e livre das imposições do mercado deve ser assegurado. 
 
Alertamos que o Conselho Curador se manterá vigilante em defesa da lei da EBC e repudia qualquer ameaça de medida provisória capaz de ferir os princípios que regem a comunicação pública, entre eles as prerrogativas deste colegiado de zelar pelo cumprimento de princípios legais e garantir a participação da sociedade na construção deste sistema. 
 
Confiamos que o STF fará valer a lei quando o mandado de segurança for julgado em plenário.
 
Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação