Lula: Parte da elite não acredita em democracia

No ato da Cultura pela Democracia, que ocorreu nesta segunda (11), no Rio de Janeiro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que "jamais" imaginou, aos 70 anos, "ver golpista tentando tirar uma presidenta eleita democraticamente". Ele voltou a criticar o vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.

Lula no Rio

"Veja quem quer tirar Dilma. Primeiro, Temer; segundo, Cunha; terceiro, Geddel; quarto, Henrique Eduardo Alves. Essa gente deveria usar a minha vida como exemplo. Eu perdi várias eleições e esperei para chegar a minha hora. Nunca vocês viram eu falando que o mandato do outro era ilegal, nunca me viram ir à Justiça. Eles mostraram a faceta de uma parte da elite brasileira, que não gosta e não acredita em democracia. A democracia deles é quando eles estão no poder", afirmou, durante evento na Fundição Progresso, que se estendeu até os arcos da Lapa.

"A elite nunca se preocupou com os mais pobres, nunca se preocupou que o pobre estudasse. Para eles, pobre nasceu para ser pedreiro, faxineiro. Nós mudamos essa lógica.", disse.

O ex-presidente voltou a falar que irá trabalhar como ministro para recuperar o país. "Nós vamos recuperar este país. Este país aprendeu a ser respeitado. O povo aprendeu a gostar de si mesmo", afirmou.

Ele disse que a presidente Dilma Rousseff "aprendeu" que não deve governar com os olhos no mercado. "Ela fez um ajuste que nenhum companheiro gostou. Agora, a companheira Dilma aprendeu uma lição. O mercado dela não é o banqueiro, é o povo trabalhador. Eles não deixam a Dilma governar, querem truncar a democracia", afirmou.

Lula fez referência ao golpe de 1964. "As pessoas mais conservadoras diziam que os militares iam consertar o Brasil. Muita gente acreditou nisso", afirmou. O ex-presidente disse que nunca contestou resultado de eleições e voltou a criticar a imprensa. “Perdi em 89 roubado, com apoio da Globo, e fiquei quieto”, afirmou.