Transposição na China é considerada maior obra deste tipo da história

Resolver os problemas que surgem a partir da falta de água não é uma demanda nova da sociedade. Há muitos séculos que o ser humano precisa lidar com as secas e procurar alternativas para solucionar a questão.

Rio Yangtze

Da mesma feita, também não é recente o emprego da transposição de rios como uma das principais técnicas para irrigar regiões áridas. A engenharia moderna aperfeiçoou os mecanismos e a tecnologia e ajudou no desenvolvimento desta alternativa, mas desde a antiguidade o ser humano já capitaliza água de regiões com abundância de rios e transporta para locais mais desfavorecidos.

Atualmente, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 13 países são classificados como 'Em Situação Crítica' em relação a falta de água ou por possuir regiões que enfrentam secas severas e continuas.

Cada nação tem buscado utilizar as técnicas mais adequadas para a sua localidade. Entre o leque de opções disponibilizado pela engenharia estão a dessanilização, o uso de aquífero, a produção de equipamentos que proporcionam a economia de água, além, é claro, de campanhas de conscientização da população para um uso mais racional do recurso.

No Brasil, a temática está em voga por conta da transposição do Rio São Francisco, a qual tem um dos trechos concluído, nesta sexta-feira (21), e que possui previsão de finalização para 2016.

O São Francisco é considerado um dos rios mais importantes do Brasil, tendo sua nascente em Minas Gerais, passando por cinco estados brasileiros e desaguando no Oceano Atlântico.

No cenário atual, no qual o mundo enfrenta diversas mudanças ambientais e muitos problemas ecológicos, a imponente transposição de rios realizada na China é, sem dúvidas, o caso mais emblemático.

Considerada como a maior obra deste tipo da história, a procução chinesa busca levar água da região Sul do país (rica no recurso) para o Norte do território (local que enfrenta complicadas secas), onde está situada a capital Pequim.

Com previsão para conclusão em 2050, o projeto, estimado em mais de 70 bilhões de dólares, foi dividido em três etapas, sendo que alguns trechos já foram inaugurados e estão, até o momento, produzindo bons resultados. Quando estiver pronta, a transposição vai resultar no desvio de 45 bilhões de metros cúbicos de água por ano dos rios Yang Tsé, Amarelo, Huaihu e Haihe.

Outro país que utilizou com relativo sucesso a técnica de transposição de rios foram os EUA. Na Califórnia, desde 1930 a modalidade é aplicada. Canais, estações elevatórias e dezenas de barragens foram construídas.

No estado estadunidense, que hoje é um dos principais produtores agrícolas do planeta, mas que não era atendido por quantidade suficiente de água, as principais intervenções ocorreram entre os rios São Joaquim e Sacramento e no rio Colorado.

A bacia hidrográfica do rio Colorado abrange um vasto programa de irrigação, abastecimento de cidades, hidrelétricas e turismo. No estado de Utah, um dos mais beneficiados pela transposição, 43% da água é usada para a agricultura.

Na Austrália, em um processo semelhante, cerca de 70% da água do sistema fluvial Murray-Darling é utilizada para irrigação.

Outros locais do mundo com ecossistemas de clima seco são irrigados através da transposição, tais como: Egito, Equador, Peru, Espanha, Austrália e Israel.