Reunião de Dilma e centrais é reafirmação de diálogo político e social

A presidenta Dilma Rousseff se reúne nesta segunda-feira (8), em Brasília, com lideranças de cinco centrais sindicais (CTB, CUT, UGT, Nova Central e Força Sindical). O encontro, que acontece no Palácio da Alvorada, em Brasília, será o primeiro após a reeleição da presidenta.

Centrais com Dilma - Ricardo Stuckert/Instituto Lula

A reunião foi convocada pela presidenta Dilma e reafirma o compromisso firmado após a sua reeleição de fortalecer e ampliar o diálogo com os movimentos sociais. Na pauta, os representantes da classe trabalhadora pretendem apontar as prioridades da agenda trabalhista, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim do fator previdenciário e a aprovação no Congresso Nacional da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata da negociação no setor público.

Para o vice-presidente da CTB, Nivaldo Santana, a reunião “é um passo importante para dar efetividade às demandas sindicais”. Ele afirma que a central considera três questões fundamentais: a manutenção da estabilidade democrática, a retomada do crescimento econômico e a manutenção e ampliação dos direitos trabalhistas. “Acreditamos ser possível avançar nas mudanças, consolidando o que foi conquistado e ampliando a valorização do trabalho”, salientou Nivaldo.

O movimento sindical também tem se posicionado em defesa de reformas democráticas estruturais. A reforma política e de regulação de mídia são considerados pontos cruciais para as entidades e também devem ser tratados no encontro.

Crescimento econômico

As lideranças das centrais, que em sua maioria apoiaram a reeleição da presidenta, colheram os frutos de 12 anos de governo progressista, com a geração de 20 milhões de empregos com carteira assinada, além da conquista de uma política de valorização do salário mínimo, cujo aumento chegou a 75%.

O enfrentamento da crise, com garantia do emprego e renda, também foi resultado da ação mobilizadora do movimento sindical. O desafio posto agora é avançar no desenvolvimento nacional. As centrais apoiaram as medidas de enfrentamento da crise, mas reivindicam contrapartidas para a garantia do emprego. Essa ainda é uma reclamação das centrais quanto às medidas do governo federal, como foi o caso da isenção do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), principalmente para as montadoras de veículos.

A presidenta Dilma, por sua vez, tem manifestado sua intenção de buscar o caminho das mudanças partindo de um amplo debate com a sociedade, em especial com os movimentos sociais. Durante a 3ª Conferência Nacional de Economia Solidária, em 27 de novembro, a presidenta em seu discurso afirmou que recebeu o novo mandato para “continuar fazendo mudanças”.

“Nos próximos quatro anos, vou estabelecer, de forma sistemática, diálogo construtivo e continuado com vocês. Vamos fortalecer ainda mais empreendimentos solidários em todo o país. Vamos aprimorar mecanismos de oferta de crédito para sempre e vamos dar novos passos na regulação da economia solidária, garantindo a ela mais sustentabilidade e estabilidade”, disse Dilma.

A presidenta indica uma agenda propositiva para o novo governo. E é neste clima que a presidenta recebe as centrais sindicais, buscando construir as bases para a união em torno de um projeto de desenvolvimento, com democracia e participação popular.

Da Redação do Portal Vermelho, Dayane Santos