Universidades para a integração e a amizade

Por indicação direta do presidente da República, Luiz Inácio da Silva, o Ministério da Educação (MEC) prepara a criação da Universidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UniCPLP) – nome provisório – deve começar a funcionar a partir de 2010, com 10 mil alunos, sendo metade estrangeira. A seleção dos alunos já começa no ano próximo.


 


A UniCPLP ficará sediada em Redenção (CE), cidade que reivindica a condição de ser pioneira na abolição da escravatura no Brasil. Essa escolha tem um simbolismo que expressa um dos principais propósitos da futura instituição, que estará voltada, sobretudo, para a integração do Brasil com a África. A previsão é que metade dos alunos seja africanos de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Porto Príncipe, Timor Leste e Portugal.


 


Segundo o MEC, entre os cursos previstos estariam aqueles vinculados às demandas dos africanos: formação de professores, Ciências  da Saúde, Agronomia e Administração.


 


Esta iniciativa se relaciona com um conjunto de iniciativas do governo presidente Lula para fortalecer os laços do Brasil com África e, também, a comunidade dos países de língua portuguesa. O atual presidente brasileiro fez mais de um périplo por vários países da África nos quais foram firmados acordos de interesse mútuo. O governo brasileiro perdoou a dívida de alguns deles e tem procurado contribuir com o desenvolvimento dessas nações amigas a quem o país tem uma dívida histórica.


 


O projeto de criação da UniCPLP soma-se a outro de igual propósito e importância. A Universidade Federal da Integração Latino-Americana que deve começar suas atividades neste ano. Sediada numa área da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, está destinada a contribuir com a integração latino-americana. Os alunos e professores serão latino-americanos e as aulas, bilíngües (espanhol e português).


 


O Brasil, que durante a maior parte de sua história esteve equivocadamente de costas para seus pares latino-americanos e, também, indiferente com o continente africano de onde veio uma de suas raízes formadoras, agora, acertadamente, procura firmar outra diretriz nas suas relações internacionais. A criação dessas duas universidades com o fito elevar o intercâmbio com tais nações contribuirá para a integração solidária da América Latina e materializará parte do justo propósito de contribuir com o desenvolvimento da África.