Lula e a estupefação da direita

Quanto mais rezo, mais assombração me a parece – este dito popular se aplica como uma luva à ação política da direita e dos conservadores brasileiros, que têm feito de tudo, no Judiciário e na mídia hegemônica, para enxovalhar, desclassificar e criminalizar o ex-presidente Lula – mantido, injustamente, como preso político em Curitiba – para negar a ele seus direitos políticos mais legítimos para afastá-lo da eleição de 2018 na qual, se ocorresse hoje, Lula seria um candidato fortemente competitivo.

Os resultados recentes das pesquisas de opinião reafirmam a liderança inconteste, e crescente, de Lula na preferência do eleitorado e uma capacidade de transferir votos para outro candidato, caso não seja ele próprio a encabeçar a chapa. As três pesquisas de opinião, divulgadas desde meados de julho, mostram Lula com índices superiores a 37% na preferência popular (Ibope, CNT/MDA e Vox Populi). O protofascista Jair Bolsonaro é o candidato que aparece em segundo lugar, o que mais se aproxima de Lula, no cenário em que o ex-presidente seja candidato; Bolsonaro tem em torno de 18%, menos da metade de Lula. Os demais postulantes têm ainda menos indicações, entre eles o tucano Geraldo Alckmin, candidato predileto até não se sabe quando do chamado mercado, que não decola dos magros 5% apesar de toda a campanha favorável que a mídia conservadora faz em torno de seu nome. Dados divulgados nesta quarta-feira (22) pelo instituto DataFolha mostram uma taxa de preferência por Lula ainda mais alta: 39%.

O crescimento constante da preferência dos eleitores por Lula e o baixo desempenho dos exponentes da direita (e queridinhos do “mercado financeiro”), aumenta ainda mais a insegurança da direita e dos conservadores. Que se reflete nas especulações com a moeda norte-americana, cuja cotação aumenta desde que a divulgação das pesquisas favoráveis a Lula – e contrárias aos neoliberais – e atinge valores superiores a R$ 4,05 por dólar.

A menos de dois meses da eleição – marcada para 7 de outubro –, as pesquisas revelam neste momento um cenário de crescente polarização entre as forças democráticas, progressistas, patrióticas e desenvolvimentistas, lideradas por Lula, contra o elenco das candidaturas representantes do consórcio golpista, comprometidas todas elas em dar seguimento à implantação da ordem ultraliberal e neocolonial iniciada pelo famigerado governo Temer. As diferenciações que há entre elas não alteraram o fato de que pertencem à mesma essência. Desse elenco se destacam, hoje, a trinca: Geraldo Alckmin, Jair Bolsonaro e Marina Silva.

A exigência do reconhecimento da legalidade da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva cresce. E, ao lado disso, para surpresa e estupefação da direita e dos conservadores, o aumento do índice de aprovação popular de Lula revela uma resiliência no pleno sentido gramatical desta palavra, que significa a capacidade de alguns corpos voltarem a sua forma inicial depois de terem sido deformados. No caso de Lula, depois de toda a deformação imposta pela direita e pela mídia conservadora, que o apresentam como corrupto, criminoso, incapaz de governar o país etc., etc., Lula volta a seu formato original de líder popular na luta pela democracia, pelo progresso social, pelo desenvolvimento e pela defesa da soberania nacional.