Líbano: Israel promove retrocesso histórico

Neste final de semana, no Líbano, a TV al-Manar e uma estação de energia elétrica foram atingidas em Beirute. O aeroporto da capital foi novamente atingido no domingo. Bombas caíram nos subúrbios da cidade matando 45 pessoas e ferindo mais de uma centena.. Instalações supostamente identificadas pelo serviço secreto de Israel como sendo do Hezbollah na cidade de Ballbek são atacadas, assim como uma casa em Aitaroun, no sul do Líbano, matando oito cidadãos canadenses. Na cidade de Tiro, também ao sul do país, um prédio da defesa civil foi destruído pela força aérea israelense.


Parte da capital libanesa continua sem luz e os sistemas de transporte estão praticamente paralisados. Israel vem alertando a população da cidade que um violento ataque a dezenas de posições em Beirute pode acontecer proximamente. O premiê libanês, Fouad Siniora pediu um cessar-fogo com Israel mediado pela ONU, após declarar o Líbano “zona de desastre” e pedir ajuda internacional para reconstruir o país. Logo em seguida o chefe de Política Externa da União Européia, Javier Solana, chegou de surpresa a Beirute para discutir a crise com o governo libanês. O ministro da Informação do Líbano, Ghazi Aridi, declarou que “estamos ameaçados de uma real aniquilação desencadeada por Israel”.


A economia libanesa, desde a crise política de 2005, quando o ex-premiê Rafiq Hariri e uma série de outras personalidades públicas foram assassinadas, passa por um processo de estrangulamento. A atual ofensiva destrói a infraestrutura do país e causa um êxodo em massa de visitantes estrangeiros no início da temporada turística. O turismo responde por 12 a 15% do PIB libanês, segundo dados da ONU. Marvan Barakat, economista libanês afirmou que “estávamos num bom ambiente de crescimento, esperando algo em torno de 4 a 5% neste ano. Mas a irrupção da violência comprometeu seriamente esta previsão, e agora a perspectiva é de novo, de baixo crescimento”.


Na faixa de Gaza, onde um soldado israelense invasor foi capturado por militantes palestinos em 25 de junho, tanques israelenses e tropas do exército reocuparam o setor nordeste da região sob a cobertura de helicópteros armados com metralhadoras. Os soldados israelenses retomaram territórios perto de Beit Hanun e seus mísseis mataram três palestinos. Na capital Tel Aviv, cerca de 2 mil pessoas entre israelenses e árabes, se manifestaram exigindo o fim da ofensiva israelense no Líbano. Os manifestantes, organizados por movimentos pacifistas israelenses, gritavam palavras-de-ordem com “Sim à troca de prisioneiros” e “Sim à paz”.


Na última sexta-feira o Partido Comunista do Brasil – PCdoB – divulgou nota condenando a ofensiva israelense no Líbano. “A atual escalada acarreta o perigo de eclosão de uma guerra de maior envergadura de Israel contra os países árabes, o que provocaria sérias conseqüências à paz e à segurança na região do Oriente Médio e para o mundo em geral”, diz o comunicado, conclamando, ao final, “o povo brasileiro e as forças progressistas que atuam em nosso país a se mobilizarem em solidariedade aos povo árabes agredidos”.