Furiosa campanha da direita contra Cuba

“Desde que a Revolução Cubana triunfou em 1959, em Cuba jamais houve um só caso de assassinato, tortura ou execução extrajudicial; jamais houve um ‘esquadrão da morte’ nem uma ‘Operação Condor’. Cuba tem uma trajetória exemplar e limpa quanto à proteção do direito à vida, inclusive mediante cooperação altruísta além de suas fronteiras” – o autor desta declaração altiva é Bruno Rodriguez Parrilla, ministro das Relações Exteriores de Cuba, e foi feita em um discurso pronunciado perante o Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, no começo do mês.

Ela resume a indignação ante a furiosa campanha contra Cuba e seu governo que se agravou depois da morte, em 23 de fevereiro, em decorrência de uma greve de fome, de Orlando Zapata Tamayo, um preso comum apresentado como prisioneiro político.

A morte de Zapata Tamayo foi agitada como um troféu macabro pela direita mundial e pelos grandes jornais, revistas e redes de televisão. A tensão continuou com o início, no dia da morte de Zapata Tamayo, da greve de fome de outro prisioneiro comum, Guillermo Fariñas Hernandez, apresentado mundo afora como jornalista. Acusado de ser assalariado do
Escritório de Interesses dos EUA em Havana, ele havia sido preso e condenado em 1995 por agredir uma colega de trabalho na instituição de saúde onde trabalhava; depois, teve outras prisões também por agredir pessoas. Hoje, é um freqüente colaborador da rádio Marti, criada e mantida pela CIA para fomentar a contrarrevolução em Cuba.

Estes são os heróis que a direita ostenta. Este foi o estopim para o início de manifestações que, alegando a defesa dos direitos humanos, tiveram a esperança frustrada de levantar o povo cubano contra o governo de seu país. Um pobre arremedo das heróicas Madres de La Plaza de Mayo, de Buenos Aires, as chamadas “Damas de Branco”, passaram a freqüentar lugares públicos de Havana em busca de um sonhado (pela direita) levante popular que não houve nem haverá. Na verdade, elas provocaram uma reação contrária e o povo foi às ruas contra elas, que só puderam exercer o direito de exibir sua opinião porque tiveram a proteção da polícia cubana – uma ironia que a mídia conservadora não reconhece nem registra!

Em Cuba é difícil morrer, dizem os cubanos, exibindo uma das maiores conquistas da Revolução, o sistema de saúde que protege a todos, inclusive aos prisioneiros que fazem greves de fome. É o contrário do que ocorre no mundo dominado pelas grandes potências que querem destruir a Revolução Cubana, onde a vida vale pouco e onde morrem desde crianças (por fome e doença) até populações vitimadas por guerras imperialistas agressivas cujos símbolos contemporâneos são centros de tortura e morte como Abu Ghraib e Guantánamo e as insanidades cometidas pelas tropas de ocupação na Palestina, no Iraque, no Afeganistão etc. “Aqueles que pretendem ser guardiães dos direitos humanos e tentam questionar outros, são precisamente os responsáveis diretos pelas mais graves, sistemáticas e flagrantes violações dos direitos humanos, sobretudo do direito à vida”, disse Bruno Rodriguez Parrilla. Em Cuba, meio século de agressões norte-americanas deixaram um saldo de 5.557 cubanos mortos ou mutilados.

O que significa, neste contexto, a expressão direitos humanos? Onde está a indignação midiática contra a prisão arbitrária dos Cinco Heróis que mofam nos cárceres dos EUA justamente por lutar contra o terrorismo e denunciar as ações de mercenários responsáveis por ataques a bomba contra lugares públicos em Cuba?

A Declaração da Assembléia Nacional de Cuba do dia 11 de março classifica como uma “ofensa para os cubanos” a tentativa dos EUA e governos europeus de dar lições ao mesmo tempo em que reprimem violentamente protestos de desempregados e expulsam imigrantes de seus países.

A hipócrita campanha da mídia e da direita contra Cuba usa a expressão “direitos humanos” como uma frágil folha de parreira para esconder a tentativa de desestabilizar o país, jogar o povo contra seu governo e destruir as conquistas da revolução. Como diziam os comunistas espanhóis, no passaran!