Fidel: as revoluções podem resistir e florescer

Treze de agosto. Um homem faz 80 anos. Embora que, no momento, doente, ele tem motivos de sobra para estar feliz . Afinal, a causa a qual tem dedicado sua vida – Cuba, soberana,democrática, socialista- segue seu caminho, resistindo e conquistando vitórias.


 


Os opressores, os que ferem a Terra com fome e guerras, morbidamente e, antes da hora, festejam sua morte. O povo de sua pátria, comovido, deseja que seu presidente vença essa batalha que ele trava pela vida. De vários partes do mundo, líderes e chefes de Estado, intelectuais e artistas, e, sobretudo, lideranças dos trabalhadores, enviam mensagens à brava e rebelde Ilha, desejando que Fidel Castro se recupere.
Ao mesmo tempo, personalidades e lideranças democráticas e populares defendem a soberania de Cuba e de seu povo e repudiam a ostensiva intervenção do governo Bush nos assuntos internos da Ilha.


 


O festejo macabro dos inimigos de Cuba resulta do errado prognóstico de que morto o líder, sepultada será a causa. Fidel, numa famosa entrevista concedida ao jornalista Ignacio Ramonet, é quem mesmo responde:''… não se concebe no socialismo um
caudilho(…) A Revolução se baseia em principios. E as ideías que defendemos são, já faz tempo, as idéias de todo o povo.''


 


Nessa mesma entrevista, a ele é perguntado se Cuba não terá destino semelhante ao que teve a União Soviética. E Fidel inicia sua resposta fazendo perguntas:''Será que as revoluções estão fadadas desmoronar, ou são os homens que podem fazer as revoluções desmoronarem ? Será que os homens, que as sociedades podem impedir que as revoluções desmoronem?''(…)


 


Pois, o destino e a história deram a Fidel Castro um duplo privilégio e, por conseguinte, um duplo desafio e uma responsabilidade enorme. Qualquer revolucionário já se sentiria realizado se pudesse em vida estar à frente da vitória de uma revolução. Fidel liderou a revolução cubana e teve a sorte e a responsabilidade de chefiar o processo social e político para consolidá-la.


 


Com base em suas realizações, com base na bravura, na consciência e no apoio  do povo, na força e na capacidade do Partido Comunista, as revoluções podem resistir e persistir na luta para construir o socialismo. Elas não estão condenadas a capitular, tampouco a serem efêmeras primaveras. Elas podem se rejuvenescer, aprendendo com os próprio erros. Elas podem  resistir ao colossal movimento de retorno que as classes dominantes empreendem para reaver o poder. Eis em resumo o legado que se depreende da vida revolucionária de Fidel Castro.   


 


Nenhuma revolução socialista do século XX teve uma vida fácil. Contra elas, o capitalismo desencadeou todo seu poder destrutivo: bélico, econômico, ideológico. Além do que, elas mesmas, enfrentaram a tarefa complexa e pioneira de edificar o socialismo. Desbravar o desconhecido.


 


O povo e o Partido Comunista de Cuba ousaram conquistar o aparentemente impossível: construir um país socialista sob ''as barbas'' da mais poderosa e
agressiva potência capitalista: os Estados Unidos da América. Construir o socialismo, sob o cerco e o bloqueio econômico dessa potência.



 


Em 1991, com o fim da União Soviética, Cuba passou a viver uma fase muito exigente e díficil ao povo. Na bolsa de apostas, capitalistas apostavam lotes de ações, litros de uísque de que Cuba socialista não duraria mais do que uma semana.Contudo, a Revolução Cubana desmonstrou que seus ideais haviam, de fato, se enraizado no solo pátrio e na consciência do povo. Faltou petróleo, faltaram alimentos, os trabalhadores enfrentaram privações de toda sorte. Mas, entre a capitulação e a resistência, o povo cubano coerente com sua tradição patriótica optou pela resistência. O Partido Comunista de Cuba, sob a liderança de Fidel, soube com rapidez fazer flexões, mudanças que garantissem, em novas bases, a continuidade da Revolução. Dessa maneira, enquanto o tufão anticomunista botava abaixo países outrora gloriosos, no Caribe  uma brava e rebelde Ilha demonstrava que era necessário e possível resistir. Enquanto muitos desertavam, Cuba dava mostras de que o sonho do socialismo é viável e de que a humanidade não está condenada a viver para o todo sempre sob o pesadelo do decadente sistema capitalista.



 


Há pouco tempo em Córdoba, na Argentina, Fidel participou da Cúpula do Mercosul, como convidado especial, dos chefes de Estado da América do Sul. Falou com entusiasmo e a convicção de sempre sobre a viabilidade e a necessidade da integração latino-americana em contraposição à política neocolonialista dos Estados Unidos. Recebeu o carinho do povo e foi tratado com respeito e apreço pelos presidentes que lá se encontravam.



 


Fidel faz 80 anos e embora a situação adversa que ora enfrenta tem motivos de sobra para estar feliz. Há a convicção de que independentemente do desfecho de seu estado de saúde, a obra a que ele dedicou tudo de si seguirá seu itinerário de lutas.
O povo cubano continua e continuará, sob a liderança do Partido Comunista, sua jornada pela construção de uma pátria soberna, democrática e socialista. E Fidel  sabe que seu país solidário continuará recebendo a solidariedade de povos e países de várias partes do mundo. 



 


Ele faz oitenta anos e tem motivos para além de feliz, sentir-se orgulhoso. Como diz o frade dominicano, Frei Betto, Cuba é o único país latino-americano que pode ostentar um outdoor com a seguinte mensagem:''Esta noite 200 milhões de crianças
dormirão nas ruas do mundo. Nenhuma delas é cubana.''



 


O Vermelho envia à brava e teimosa Ilha do Caribe, a rebelde Ilha que resiste e insiste em construir o ideal de homens livres a mensagem de feliz aniversário e vida longa ao socialismo e ao Comandante!