Democracia brasileira precisa de um PCdoB forte

A poucos dias da eleição, que ocorrerá no próximo dia 1º. de outubro, a melhor resposta que o povo brasileiro pode dar ao golpismo da direita — encastelada na candidatura de Geraldo Alkmin e no sistema da mídia — é intensificar a campanha de reeleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva, com o objetivo de assegurar a vitória já no primeiro turno. A agressividade desta direita, face à iminente impotência em derrotar Lula nas urnas, e a debilidade apresentada por setores do próprio campo de sustentação da campanha à reeleição do atual governo, evidenciam que não basta tão somente a vitória do presidente Lula. É imperativo que simultaneamente a esquerda se fortaleça, uma vez que ela está chamada a liderar uma ampla frente para assegurar a governabilidade de um eventual segundo mandato popular e democrático.



E não há como existir esquerda forte sem o fortalecimento do Partido Comunista do Brasil. O PCdoB apoiou Lula em suas quatro campanhas presidenciais anteriores, agregando respaldo social, contribuindo com idéias, pontos programáticos e proposições políticas de alianças que foram importantes tanto para a vitória em 2002, quanto na campanha que se desenvolve agora em 2006. Após a vitória quatro anos atrás, o PCdoB assumiu responsabilidades no executivo e no legislativo (como na presidência da Câmara dos Deputados), contribuindo para um mandato de realizações, êxitos sociais e políticos importantes.



 Ao mesmo tempo, o PCdoB também preservou a sua independência, defendeu a autonomia dos movimentos sociais e criticou de forma construtiva o governo nos momentos em que este se distanciou dos compromissos assumidos desde a posse. Apesar de todo o esforço da direita, o PCdoB não caiu nas armadilhas por ela montadas e não se envolveu com nenhum episódio que afetasse sua reputação diante do povo brasileiro. Ao contrário, coerente com sua tradição, foi leal ao presidente Lula, defendendo-o dos ataques e conspirações dos setores conservadores, que remontam a maio do ano passado.



Nestas eleições, entretanto, o PCdoB — que tem um passado glorioso em defesa da liberdade e da democracia — enfrenta a antidemocrática cláusula de barreira de 5% para a Câmara dos Deputados. O PCdoB luta no país inteiro para reeleger o presidente Lula, está engajado na eleição em todos os Estados de governos estaduais progressistas e pretende eleger para o Congresso Nacional uma bancada de cerca de duas dezenas de deputados federais e senadores da República. Trata-se agora de fazer um esforço intensivo para lutar pela reeleição de Lula e garantir a vitória dos candidatos do PCdoB. A eleição dos comunistas está nas mãos de setores importantes da classe operária, dos trabalhadores assalariados, dos setores progressistas e avançados, das camadas médias, dos intelectuais, dos empresários produtivos, que se empenham para impedir que a direita exerça seu esforço golpista para interromper a marcha do processo histórico em curso.