Com Bia Kicis, neofascismo tenta controlar CCJ da Câmara

Deputada Bia Kicis (Foto: Luis Macedo/Agência Câmara)

A indicação de Bia Kicis (PSL-DF) à presidência da Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados é um termômetro da afronta do bolsonarismo às instituições democráticas. A deputada é conhecida por suas provocações, entre elas incitação à violência contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Pela agressividade de suas manifestações pode-se medir o sentido do projeto de poder que ela representa, explicitamente estampado nas atitudes do presidente da República, Jair Bolsonaro.

Essa indicação traduz a tática bolsonarista, leia-se neofascismo, de ocupar espaços importantes na institucionalidade do país. No passo a passo, essa vertente de extrema direita avança na direção do aniquilamento do regime democrático, minando suas instâncias de resistência, como é o caso da CCJ. O bolsonarismo não faz questão de esconder seus propósitos, mas já se mostrou mestre na arte da manipulação e da dissimulação, além da persistência no propósito de liquidar o regime democrático de direito.

A vitória na disputa pela presidência da Câmara dos Deputados deu a esse projeto um fôlego extra e abre espaço para a intensificação dessa tática de ocupar espaços para alavancar seu projeto autoritário. A ordem implícita nessa atitude é de aproveitar cada oportunidade para conspurcar o instrumento de contenção aos que afrontam a democracia, a Constituição da República. Em caso de revés, recuam dizendo que estão jogando o jogo democrático para preparar nova ofensiva.

A indicação de Bia Kicis para a CCJ é uma evidente prova dessa tática. O bolsonarismo não chegaria a essa ousadia se não fosse cúmplice das intenções proclamadas pela deputada de forma estridente, como fez no caso em que agrediu o STF e conclamou ações violentas para fechá-lo. Um mínimo de bom senso revela que a manobra para ocupar o posto máximo da CCJ é uma manifestação de que, havendo possibilidade, a institucionalidade democrática deve ser minada.

No sentido oposto, surgem ações muito positivas para impedir a manobra bolsonarista, o que demonstra vigor das forças políticas e ideológicas que lutam pela democracia. A resposta à indicação dessa deputada para a que é considerada uma das mais importantes instâncias da Câmara dos Deputados tem sido ampla e firme.

O confronto expressa a polarização que se formou no país, com a extrema direita atentando sistematicamente contra o Estado Democrático de Direito e as forças democráticas respondendo com agilidade e firmeza.

O acirramento desse combate que se espelhou na disputa à presidência da Câmara dos Deputados, reafirma a justeza da tática de somar e ampliar as forças da oposição. Exemplo disso foi a formação da Frente Câmara Livre que abarcou legendas de um arco da esquerda à direita, tendo como convergência a defesa da democracia