A jornada cívica pelas reformas democráticas

O ato de lançamento da “campanha em defesa das reformas democráticas”, ocorrido na tarde de ontem (20), em Brasília, pode representar o início de uma ampla jornada cívica por mudanças estruturais no país. O evento reuniu cinco importantes partidos (PT, PCdoB, PSB, PDT e PRB) e todos os oradores destacaram a oportunidade desta campanha, visando superar a agenda negativa imposta pela direita neoliberal e sua mídia venal, unificar as forças progressistas e de esquerda e mobilizar a sociedade por transformações profundas que realmente interessam aos trabalhadores.



 


Conforme ressaltou Ricardo Berzoini, presidente do PT, é preciso avançar nas mudanças. “Por mais felizes que possamos estar com os resultados alcançados pelo governo Lula, não estamos totalmente satisfeitos. O Brasil ainda é um país muito desigual”. Ele garantiu que se empenhará no interior do seu partido para “viabilizar uma agenda comum, uma aliança programática, uma mobilização popular, que dará sustentação os nossos projetos de mudanças”. Já Renato Rabelo, presidente do PCdoB, afirmou que “a luta pelas reformas democráticas, num país de grandes desigualdades sociais e regionais, de discriminações e dependências, é decisiva no momento”.


 



O senador Cristóvão Buarque (PDT) fez um discurso em defesa da unidade das esquerdas na luta por reformas. “Vamos procurar a causa comum que nos faz igual apesar das siglas diferentes”. O senador Renato Casagrande (PSB) relatou as dificuldades no parlamento e insistiu na urgência da pressão da sociedade. Kleber Verde (PRB) garantiu que seu partido se engajará nesta campanha. “Fazemos com a consciência histórica da necessidade dessas transformações para viver num país justo, soberano”. Vários oradores também citaram a campanha pelas reformas de base na década de 60 como um exemplo a ser seguido. “O golpe militar de 64 travou aquela luta que crescia e mobilizava grandes contingentes… É preciso retomá-la”, historiou Renato Rabelo.


 



O ato de Brasília foi o primeiro passo na deflagração da jornada pelas reformas. Estão agendadas atividades em vários estados e também um ciclo de debates para aprofundar a discussão sobre as atuais demandas estruturais. Os cinco partidos já firmaram consenso em torno de cinco reformas: política, tributária, agrária, urbana e educacional. Mas para que a campanha conquiste corações e mentes será preciso enorme esforço pedagógico de mobilização, conscientização e organização da sociedade. O próprio governo Lula tem papel decisivo neste sentido. Para isto, deve superar a defensiva política, a agenda negativa da direita neoliberal, e apostar na mobilização do povo.