Nesta sexta-feira (11), tentarei falar na Bienal do Livro de Pernambuco sobre o tema “Literatura e Memória – A ditadura no Recife”. A partir das 13 horas, no auditório Círculo das Ideias.
A notícia que não atingiu as manchetes da primeira página na mídia do Brasil, pude ler aqui
Nas notícias de mortes sob tiros no Brasil, é sempre comum a frase “morreu vítima de bala perdida”. A expressão quer sempre dizer que um ser, uma criança, uma pessoa é morta por disparo de arma de fogo que ninguém sabe a quem pertence nem de onde veio. Morrer de bala perdida se tornou tão natural, que virou causa mortis.
Entre os horrores da ditadura, o caso da socialista Soledad Barrett é talvez o mais chocante. Não só, ou nem tanto pela crueldade, que de resto foi a lei nos assassinatos cometidos pelos ídolos desse presidente breve no Brasil. Não só, ainda, pela agonia dos últimos minutos de Soledad, em que foi esmagada em sua condição de mulher, de mãe que não pôde ofertar ao mundo o seu fruto. E não só, enfim, pela traição que a matou, vinda de quem ela acreditava.
Nesta semana, ao virar uma página como quem vira uma esquina, no romance “O caminho dos Tormentos” deparei com esta frase do personagem Rochtchine:
Nestes 40 anos da Lei da Anistia, é impossível não lembrar os torturadores que também foram anistiados.
Neste 16 de agosto, faz 11 anos que Dorival Caymmi partiu num tempo desses e não voltou.
No romance “O homem invisível”, H. G. Wells conta a história de um cientista que se tornou invisível a ponto de roubar e ninguém saber, de ferir, de matar e ninguém descobrir o criminoso, pois que era invisível. Assim começa o livro de H. G. Wells em livre tradução: “O desconhecido chegou em um dia de tempestade, debaixo de um vento cortante, no último vendaval do ano”.
Entre as calúnias faladas pelo presidente breve sobre Fernando Santa Cruz, morto por torturadores na ditadura, encontro esta: