Na atualidade, os áulicos da direita, promovem raivosa cruzada contra as forças progressistas e, patrocinados pela mídia conservadora, trombeteiam que o período ditatorial fora pródigo no combate à corrupção e aos corruptos. Acontece que, com os poderes Legislativos e Judiciários aviltados como instrumentos de fiscalização e punição, a perversão dos recursos públicos e as transgressões do poder aumentaram exponencialmente no período mais sangrento do Regime Militar.
Nos últimos 25 anos temos convivido com o teu desaparecimento – violento e precoce – de forma muito dura e o sentimento de impotência têm sido uma constante em nossas vidas, porque, apesar de sempre buscarmos seguir o teu exemplo, seja pela militância política, seja pela conduta pessoal, a impunidade é absolutamente devastadora e os dias – por vezes, terríveis – vai nos afastando de nosso último encontro naquele 10 de Junho de 1987, um dia antes de ser morto.
Na caravana de familiares de 1980 o advogado-do-mato, Paulo Fonteles, forneceu aos viajantes informações de aspectos importantes que deveriam ser compreendidas naquela ousada expedição araguaiana:
A Guerrilha do Araguaia teve inicio num período em que todos os canais de respiração política da sociedade brasileira estavam amordaçados.
“A Justiça jamais estabeleceu tal decreto entre os humanos; nem eu creio que teu decreto tenha força bastante para conferir a um mortal poder para infringir as leis divinas, que nunca foram escritas, mas são irrevogáveis; não existem a partir de ontem ou de hoje; são eternas, sim! E ninguém sabe desde quando vigoram …
Raimundo Clarindo do Nascimento, o “Cacaúba”, trabalhava no início da década de 1970 nos imensos castanhais paraenses quando toda a região do Bico-do-Papagaio fora invadida por tropas federais naquele distante ano de 1972 para debelar a mais importante luta pelo restabelecimento das liberdades públicas no período ditatorial: a Guerrilha do Araguaia.
Acabo de ler, em São Geraldo do Araguaia, a coluna “A Bolsa Ditadura não chegou ao Araguaia” do jornalista Elio Gaspari publicada neste domingo (31) na Folha de S.Paulo — um dos mais proeminentes jornalões do país.
Desde menino vou cortar o cabelo com o Arnaldo.