A esquerda bem informada
A esquerda bem informada

Gilson Caroni

É professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil
É preciso ouvir Taynara

Um dos piores males da formação brasileira autoritária é o nosso vezo de ter sempre certeza de tudo. Certezas absolutas não são coisas deste mundo, no qual tudo é relativo, empírico, sujeito à demonstração. O bom senso tenderá, sempre, para São Tomé: é preciso ver, tocar e sentir. E, portanto, na incerteza dos que não formam opinião a partir de manchetes de jornais e revistas, dispor-se a ouvir, juntar cabeças e refletir.

Moro e Marinho, o anoitecer indesejável

Creio que já passou da hora de parar de nos refugiamos em uma espécie “ilha da fantasia”. Não adianta esbravejar que Aécio, Serra e outros parlamentares da oposição são corruptos. Disso todos sabem, até mesmo aqueles que, seletivamente, os poupam de xingamentos.

Aos amigos da esquerda, com açúcar e com afeto

No momento em que vivemos em uma sociedade polarizada pelo ódio de classes- potencializado pela grande mídia corporativa- muita gente tem preferido não expor discordâncias para não levar alimentar o discurso da intolerância. É um equívoco político. Não devemos evitar divergências para evitar o confronto. Ele é inerente à democracia.

Perplexidade e hegemonia

“O governo está inteiramente aberto ao diálogo e assume como postura central o diálogo com todas as forças sociais. E pouco importa se são forças sociais que apoiam o governo ou são forças sociais contra o governo.” Ministro José Eduardo Cardozo.

Lições do primeiro turno.

1) Antes do golpe de 1964, o Brasil já demonstrava sua vocação para o bipartidarismo com a a crescente divisão do eleitorado entre PTB e UDN. Com a redemocratização, esta vocação continua com a polarização PT-PSDB.

Uma goleada de sofismas

Após a derrota do Brasil, choveram análises na grande imprensa associando o fracasso da seleção a uma urgente necessidade de reorganizar o país ( não apenas reformular as instâncias responsáveis pelas diversas práticas esportivas) em moldes "modernos".

Um recado aos jovens e aos mais antigos.

É preciso repetir, uma, duas, quantas vezes for necessário. Não condenemos, nós do campo democrático-popular, as manifestações de junho do ano passado. Não considero os que não concordam com o atual governo como atores necessariamente reacionários. Numa sociedade como a nossa, totalmente fracionada, a democracia continua sendo meramente formal.

Escuta, classe média ressentida

Em poucos momentos da história, a justiça foi tão achincalhada como na tarde de sexta-feira.

1964: a atualização grotesca dos nossos liberais

Ao invocar o golpe de Estado de 1964, os editorialistas receitavam o antídoto contra a guinada da subversão como pretexto para barrar o avanço social e impedir a tomada de consciência política.

Imprensa e toga: a tentação do golpe

Como realizar uma tarefa desmedida, a retomada da agenda neoliberal, se na direita nada há que não seja um imenso vazio? A sua ideologia, incapaz de se reciclar, continua se apoiando em um pensamento econômico que, além do fracasso retumbante, exige para sua implantação, a derrocada das mínimas condições democráticas vigentes.

O dia em que mataram Fernando Henrique

A meta fundamental dos estrategistas da oposição, concentrados nas redações do Instituto Millenium, ia além da divisão da base de sustentação do governo Dilma. O objetivo era mais amplo. Através de factoides, que ignoravam os desmentidos das lideranças partidárias, a estratégia consistia em criar um cenário de ficção onde partidos do campo progressista abandonariam o governo em nome de projetos próprios, criando um céu de brigadeiro para o tucanato em 2014.

Merval Pereira: o exterminador do passado

É difícil dizer o que mais impressiona: se a grande imprensa ter perdido a importância que detinha até os anos 1990 – quando ainda tinha relativa influência no cenário político -, ou a desfaçatez com que seus jornalistas, amadurecidos no tapa na arte de reescrever a história, sonegam dados e fatos, Rei dos instrumentos, por sua extraordinária capacidade de reproduzir os sons orquestrais do reacionarismo brasileiro, realizando recitais a pedidos do Instituto Millenium.

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