Todos os homens que desejam exercer a paternidade têm que lidar com o tempo e os recursos (em especial, os emocionais) de que dispõem, por isso, não acredito que exista um perfil de “pai ideal”. Venho tentando, nesta coluna, refletir sobre qual a paternidade que queremos e também abrir caminho para analisarmos como esse debate vem sendo travado atualmente. As breves histórias relatadas a seguir têm o intuito de contribuir para esta reflexão.
Ser mãe ou pai e estar o tempo todo ao lado de um bebê te coloca numa posição singular, onde você tem todo o tempo do mundo e, ao mesmo tempo, tempo nenhum.
No meu texto introdutório nesta caminhada de reflexão sobre a(s) paternidade(s), comentei que achava imprescindível que esse debate andasse lado a lado com uma leitura critica de gênero.
Em 1993, o canadense Michael Kaufman [1] escreveu que a masculinidade (assim como a feminilidade) é uma “alucinação coletiva” que nos lança numa busca fadada ao fracasso por não existir como a imaginamos, ou seja, enquanto uma realidade natural ou biológica. Eu acredito que a mesma reflexão pode ser aplicada à paternidade.