Diante da mais grave crise econômica da nossa história recente, as Centrais Sindicais entregaram ao governo a “Agenda prioritária da classe trabalhadora”. Um documento contendo as principais propostas dos trabalhadores para retomar o caminho do crescimento econômico e gerar empregos.
Em nota, o Banco do Brasil anunciou que o governo vai alienar 20.785.200 ações, diminuindo a participação do poder público na condução dos destinos da empresa. Uma medida totalmente irresponsável. O BB é rentável, acumula ao longo dos anos lucros revertidos ao Tesouro Nacional.
Que o Brasil é uma das Nações mais desiguais do mundo, todos já sabem. Porém, o que pouco se debate são as raízes do problema e propostas para superarmos essa situação. De acordo com o índice de Gini, que avalia 180 nações, somos o nono país do mundo mais desigual.
O domínio da robótica e da inteligência artificial caracterizam o que se convencionou denominar de “Quarta Revolução Industrial”. Alguns autores e até mesmo o Banco Mundial estimam que milhares de empregos serão dizimados em uma década. Profissões estariam ameaçadas, inclusive algumas que demandam maior complexidade técnica.
Ainda atônito com a profundidade das alterações, escrevo esse texto a pedido de inúmeros alunos, colegas e amigos que pediram minha opinião sobre a Reforma da Previdência do governo Bolsonaro. Não pretendo esgotar o assunto, pois isso demandaria um artigo mais extenso e resolvi centrar fogo no que considero mais perverso.
Após a aprovação da Reforma Trabalhista que alterou 117 dispositivos da CLT, sem qualquer debate prévio com a sociedade, o poder econômico mais uma vez trama contra os trabalhadores. Como se não bastasse a profunda redução de direitos introduzida pela Reforma, eis que agora pretendem constitucionalizar mudanças que vão de encontro ao que estipula a OIT e a ideia de trabalho decente.
O discurso de Bolsonaro sobre a Justiça do Trabalho revela profunda desinformação. Aliás, como em quase todo o pensamento hegemônico nesse governo, se apegam a mitos para justificar seus interesses, apelando para a ignorância dos acontecimentos.
O presidente eleito confirmou que o Ministério do Trabalho, criado há 88 anos, será extinto e incorporado a alguma outra pasta. Antes mesmo da sua posse, Jair Bolsonaro sinaliza que vai pulverizar de forma instantânea no seu governo conquistas de décadas e o trabalhador ficará cada vez mais exposto a medidas que retiram direitos.
A luta por mais contratações é uma pauta constante do Sindicato dos Bancários. Desde os anos 90 batalhamos pela aprovação de leis que obrigassem os bancos a aumentarem o número de funcionários para dar conta do atendimento à população.
Em meio à paralisação de caminhoneiros, abriu-se debate importante a respeito do preço dos combustíveis no Brasil, notadamente o Diesel. A elevação do custo do produto possui efeito perverso na formação dos preços dos demais produtos, em razão da predominância da malha rodoviária para escoamento da produção.
Em novembro entrou em vigor a lei 13467 que alterou 117 dispositivos da CLT. Justificada sob o falso argumento de que a CLT estava obsoleta, quando na verdade 85% do seu texto original já tinha sido alterado ao longo do tempo, a Reforma Trabalhista aprofunda ainda mais as desigualdades no país.
As agências internacionais de classificação de risco fazem uma verdadeira chantagem ao país: “Ou aprovam a Reforma da Previdência ou haverá fuga de capitais”. O que está por trás desse discurso, repetido cotidianamente pelas principais emissoras de TV, é uma concepção que enxerga a Previdência como gasto supérfluo do governo.