Santa aliança contra o islamismo

Nos recentes ataques israelenses ao Líbano, o palco geográfico dos bombardeios tem sido a região onde moram palestinos e árabes, mas a sua abrangência nos meios de comunicação é global – ou globalizada, como dizem os pós-modernos nestes tempos em que d

A exposição, foi inaugurada dia 14 e ficará até 13 de setembro na Casa das Charges, em Teerã. Mundo afora, os jornais reproduziram matéria da Reuters “informando” que “mais de 200 charges sobre o Holocausto estão em exposição”. Para dar veracidade à nota, lembra que o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, um seguidor juramentado de Alá, disse no ano passado que o Holocausto é um “mito” e que Israel deveria ser “limpado do mapa”.



Cartaz da mostra: contra Israel



 


 


O presidente disse, de fato, isso. E não fugiu dos ensinamentos religiosos que elegeu para si. Dita o Alcorão: “Ó vós que credes! Não tomeis a judeus e cristãos por confidentes: uns são amigos dos outros. Aquele de entre vós que os tome por confidentes será um deles. Deus não ilumina os iníquos” (Cap V, 51). O livro do Islã também se refere aos que não crêem: “Combatei-os até que não exista tentação e seja a religião toda de Deus”. (Cap VIII, 39).
São mensagens estranhas aos que buscam uma vida harmoniosa entre os povos e nações, aos que querem “a paz na Terra”, como canta Beto Guedes. Mas as meias verdades e mentiras completas veiculadas pela imprensa dominada pelo pensamento judaico-cristão estão também ao serviço do ódio ao gentios e aos incréus. O caso da notícia sobre a exposição de charges é flagrante.




Santa aliança contra o islamismo



 


Em primeiro lugar, o Holocausto abordado na exposição não é o perpetrado pelos nazistas contra os judeus. Mais de 1,2 mil desenhos, de 61 países, dentre eles Estados Unidos, China e Cuba (o Brasil, com 21 chargistas, é o terceiro maior participante, atrás apenas do Irã e da Turquia), foram enviados aos organizadores, que selecionaram 204 para a exposição.



Visitantes observam charge contra os EUA


A própria matéria se trai, ao descrever algumas obras, que nada dizem respeito ao holocausto dos judeus: “Um dos desenhos, feito pelo indonésio Tony Thomdean, mostra a Estátua da Liberdade segurando um livro sobre o holocausto em uma das mãos e dando uma saudação nazista com a outra”. O cartaz da amostra, “um capacete com a Estrela de David (símbolo de Israel) colocado sobre outros que ostentam a suástica nazi”, é, na verdade, uma identificação entre o ódio dos nazistas aos judeus e o ódio dos sionistas aos árabes e palestinos. Essa identificação vem sendo denunciada por democratas e comunistas há muitos anos, não é um “achado” recente de adeptos do islamismo e nem uma negação dos crimes contra judeus.



Israel pisoteia o mundo


O evento é resultado de um concurso lançado em fevereiro pelo jornal iraniano “Hamshahri”, o mais vendido do país, em resposta (detalhe: a Reuters trata como “retaliação” – “Represália, vingança, desforra”, segundo o Aurélio; até a escolha do vocábulo é criteriosa) à publicação na Europa, em setembro do ano passado, de desenhos satirizando o profeta Maomé. Um dos organizadores, Masoud Shojai-Tabatabai, diretor da Casa das Charges, informou: “Este é um teste sobre as fronteiras da liberdade de expressão defendida pelos países ocidentais. Queremos desafiar os tabus europeus. Por que é que questionar o Holocausto é tabu? Por que é que todos os que falam sobre o Holocausto deveriam ser presos ou multados?”



Aviação israelense em ação


Mas se era essa a intenção dos organizadores, não foi esse o resultado da mostra, onde pontificam várias obras condenando o imperialismo e os atos criminosos de Israel, mas não são exaltadas as atrocidades cometidas pelos nazistas (os nazistas eram cristãos e contaram com o beneplácito da alta hierarquia da Igreja Católica Apostólica Romana, é bom lembrar) contra os judeus.




Líbano refém de terrorista sionista armado pelos EUA


Os finalistas do concurso serão anunciados dia 2 de setembro. A depender do resultado (uma charge a favor da chacina dos judeus, ou uma charge contra a chacina dos árabes e palestinos), será que a “mídia ocidental”, de tradição judaica-cristã, vai divulgar com a mesma dimensão com que desinformou sobre a mostra?



 




 

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